Bertioga

Comunidade terapêutica clandestina é descoberta em operação no Litoral de SP

Dentro da estrutura improvisada, a cena era de inquietação, com 16 pessoas em situação de extrema vulnerabilidade

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 15/11/2025 às 04:50

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Operação conjunta contou com Prefeitura, Vigilância Sanitária, forças policiais e Ministério Público / Divulgação/PMB

Continua depois da publicidade

A quarta-feira (12) terminou de forma dramática no bairro Caiubura, em Bertioga, quando uma operação conjunta revelou o que se escondia atrás dos muros de uma suposta comunidade terapêutica. 

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Por lá, funcionava um espaço clandestino, mantido à margem da lei e em condições capazes de transformar tratamento em abandono. A Prefeitura, ao lado do Ministério Público, interditou o local após constatar que sua existência era silenciosa, precária e totalmente irregular.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Solidão e saúde mental prejudicada: a vida que adoece os caminhoneiros no Brasil

• Pesquisa indica que 40% dos médicos brasileiros sofrem de transtorno mental

• Pesquisa indica que 14% dos idosos de SP sofrem de fragilidade física e mental

Dentro da estrutura improvisada, a cena era de inquietação: 16 pessoas em situação de extrema vulnerabilidade, dependentes químicos e etílicos, vivendo sem documentos, sem registros e sem qualquer garantia de que estavam ali por escolha ou por falta dela. 

Além disso, nem a instituição possuía a documentação necessária para funcionar, demonstrando um vazio formal que refletia o descuido presente em cada ambiente insalubre encontrado pelas equipes da Saúde, Vigilância Sanitária e forças policiais.

Continua depois da publicidade

As pessoas acolhidas foram retiradas do local e encaminhadas ao Acolhimento Institucional, onde receberam higiene, alimentação e acompanhamento técnico adequado, em um contraste abrupto com o cenário que deixaram para trás. 

Para o secretário de Desenvolvimento Social, Trabalho e Renda, Fernando de Aguiar, a operação expõe um problema que cresce nas sombras: lugares que se apresentam como refúgio, mas operam sem estrutura, sem fiscalização e, muitas vezes, sem intenção de cuidar.

“O papel das denúncias é fundamental para que comunidades, clínicas e casas de apoio ilegais sejam fiscalizadas. Muitas pessoas chegam de outras cidades em busca de tratamento, mas acabam em locais precários, sem documentação e, muitas vezes, indo parar nas ruas”, afirmou.

Continua depois da publicidade

Ele alerta que doações feitas a esses espaços clandestinos acabam alimentando práticas ilegais e reforça que contribuições devem ser direcionadas ao Fundo Social de Solidariedade, garantindo que recursos cheguem a entidades verdadeiramente regularizadas. 

A operação, assim, lança luz sobre um território onde vulnerabilidades se acumulam, e onde a clandestinidade insiste em se disfarçar de acolhimento.

TAGS :

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software