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Litoral Norte

Balsa de Bertioga: um problema que perdura há mais de dois anos

Esta semana, usuários que utilizam o serviço voltaram a entrar em contato com a Redação e informaram que, na madrugada desta quarta-feira (13), a travessia parou por causa da maré baixa

Carlos Ratton

Publicado em 15/03/2024 às 07:30

Atualizado em 15/03/2024 às 11:22

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A improvisada travessia Guarujá-Bertioga, realizada por rebocadores e não por balsas com motores próprios, voltou a ter problemas / Carlos Ratton / Diário do Litoral

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Não tem prefeito, vereador, deputado e governador em São Paulo que consiga resolver um problema que perdura há pelo menos dois anos e parece que não terá fim:  a improvisada travessia Guarujá-Bertioga, realizada por rebocadores e não por balsas com motores próprios, como outras 'mais lucrativas' do Estado de São Paulo

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Para se ter uma ideia, em 27 de dezembro de 2022, o Diário publicou a última reportagem sobre a questão em que o Departamento Hidroviário (DH), da Secretaria Estadual de Logística e Transportes do Estado de São Paulo, havia prometido que, em março do ano seguinte, o problema estaria resolvido. "Equipamentos com motores - como ocorre na travessia Santos-Guarujá - para atravessar o Canal de Bertioga só serão viabilizados mesmo no terceiro mês de 2023", informou oficialmente.

Esta semana, usuários que utilizam o serviço voltaram a entrar em contato com a Redação e informaram que, na madrugada desta quarta-feira (13), a travessia parou por causa da maré baixa que, segundo alertam, pode fazer com que a hélice e o fundo do rebocador toque na lama próxima às margens do canal, danificando a embarcação que puxa, empurra e baliza o flutuante que leva veículos e pedestres.

Travessia Guarujá e Bertioga volta a dar problema

"Isso dificulta encostar no flutuante que fica próximo as margens do canal de Bertioga, no berço entre o manguezal e o ponto de embarque e desembarque. O ideal é o retorno das balsas normais, pois elas não têm esse problema por conta do tipo de casco (fundo delas), que é estilo de rampa e, mesmo com a maré baixa, conseguem atracar, não precisando fazer paradas de até três horas, com os rebocadores amarrados a um flutuante", afirma o líder da Associação de Moradores da Cachoeira, Sidnei Bibiano dos Santos.

Bibiano alerta ainda que poderiam colocar uma barquinha para pedestres, igual a travessia entre Santos e Guarujá. "Já enviei a reclamação para o governador Tarcísio de Freitas e espero ter uma resposta. Também enviarei à Câmara de Deputados. Esse problema é crônico e precisa ser dada uma solução com o retorno das balsas", finaliza. Ele deverá ocorrer ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) caso não obtenha respostas sobre o fim do problema.

COBRANÇA. 
Cobrado anteriormente pela Reportagem, o DH garantiu que "a alternativa adotada (rebocadores) traz vantagens em relação à manutenção. Caso haja algum problema, o rebocador pode ser rapidamente substituído por outro e a balsa volta operar normalmente. E ainda que o modelo (de transporte) é utilizado em todo País e certificado pela Marinha do Brasil.

Independente do acerto, ou não, sobre o sistema adotado há meses, o que acontece na realidade é uma travessia permanentemente frágil e prejudicial para cidadãos e cidadãs que se utilizam o transporte que une os dois municípios. Não seria difícil imaginar, por exemplo, a possibilidade de balsas ficarem à deriva em caso de incidentes.

Já ocorreram inúmeras paralisações parciais e totais, obrigando turistas e moradores a usar a Rodovia Doutor Manuel Hipólito Rego, a Rio-Santos, gastando tempo e combustível.

Mesmo assim, o DH sempre justificou que os flutuantes alugados com rebocador são estratégia adotada para que os usuários não sejam prejudicados enquanto as embarcações que atendem esta travessia estão em manutenção.

"A manutenção, que vem ocorrendo em todas as embarcações desde o início da atual gestão (Governo João Dória e Rodrigo Garcia) é importante para garantir segurança, conforto e confiabilidade", informaram.

SOFRIMENTO.
O Diário apurou que, no dia a dia, a população só tem a reclamar por conta de uma tarifa cara, perda de compromissos de trabalho, estudo e até relacionados à saúde em ambos os lados das duas cidades.

A travessia entre os dois municípios chegou a ficar paralisada por mais de um mês, após um acidente em 12 de junho de 2022, provocado pela força da maré que soltou os cabos e amarras do flutuante e fez a ponte de 70 toneladas afundar três metros.

O DH só conseguiu liberar o acesso à travessia para ciclistas e pedestres após a contratação emergencial e a locação do guindaste flutuante para içar a ponte.

ESTADO.  
Procurada novamente, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) não revelou quando deixará de operar com rebocadores, apenas reiterou que todas as embarcações  estão vistoriadas e certificadas pela Autoridade Marítima, e são consideradas plenamente aptas para a prestação do serviço com o mesmo padrão de segurança das demais.

A Travessia Guarujá/Bertioga dispõe de três embarcações. Neste momento, uma está em operação e as outras duas passam por manutenção corretiva. As equipes trabalham para que as embarcações retornem o mais rápido possível.

A Semil iniciou estudos para avaliar quais são as necessidades de cada travessia. Para 2024, seguindo o contínuo planejamento e execução de ações de melhorias, a Semil planeja investir R$ 243 milhões em reforma de embarcações, modernização de terminais e aquisição de equipamentos.

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