Artigo

Tragédias anunciadas

As ocupações irregulares e o crescimento habitacional desordenado proporcionam tragédias como esta de São Sebastião

Thaís Margarido*

Publicado em 28/02/2023 às 07:10

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Thaís Margarido / Divulgação

O episódio fatídico de São Sebastião que deixou 65 pessoas mortas, entre elas crianças e adultos, é mais um daqueles incidentes previstos que nos deixam uma grande lição: é preciso antes de se apontar um culpado, buscar explicações reais para tal acontecimento. Independentemente da força da natureza, a raiz do problema já estava lá. Raízes entranhadas na terra que parecem invisíveis aos olhos de quem as planta, assim bem como de quem as rega.

As avalanches de terra desprendidas dos morros que cercam o litoral norte foram arrastando tudo que encontravam pela frente. Moradias em áreas de risco foram as primeiras a serem afetadas. Em seguida, ruas e bairros inteiros ficaram soterrados.

O volume de chuva além do previsto aliado à alta da maré fez com que famílias ribeirinhas ficassem desalojadas e desabrigadas. Tudo muito triste. Ver o que foi conquistado com anos de trabalho ir literalmente por água abaixo. Mas o que nos consola é que para todo problema há uma solução, na verdade, prevenção. E neste caso não será diferente se os poderes municipais, estaduais e federais se unirem.

As ocupações irregulares e o crescimento habitacional desordenado proporcionam tragédias como esta. Em 2020 foi a vez do Guarujá. Cerca de 40 pessoas morreram soterradas.

Para acabar com o problema de vez, além dos projetos habitacionais, também é preciso fazer a contenção e o monitoramento das áreas invadidas após a remoção dos moradores.

Planejamento e gestão habitacional. Mas principalmente, alertar, orientar a população dos riscos e perigos de invadir áreas de preservação ambiental. Nós temos infelizmente o costume de cobrar nossos direitos, mas esquecemos dos nossos deveres como cidadãos do bem. Trabalhar para pagar nossos impostos, faz parte no país em que vivemos. O que precisamos é de mais geração de emprego, qualificação profissional, conscientização e oportunidade para transformar o futuro!

Sendo assim, é possível evitá-las.

*Thaís Margarido é jornalista e gestora pública.

 

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