Caio da Marimex / Divulgação
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A partir de 1º de agosto, exportadores brasileiros podem enfrentar barreiras inéditas: tarifas de até 50% impostas pelos Estados Unidos (EUA) sobre produtos brasileiros. O impacto pode ser devastador para a competitividade nacional, especialmente para o Porto de Santos, maior complexo portuário da América Latina e motor econômico do País.
Recentes estimativas divulgadas apontam que o PIB de São Paulo pode recuar até 2,7%, com a perda de entre 44 mil e 120 mil empregos. No Porto de Santos, há dias, operadores já atuam em ritmo de emergência: antecipando embarques, ajustando logística, tentando driblar a instabilidade para evitar prejuízos irreparáveis.
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No entanto, ações isoladas não compensam decisões macro que devem partir do Governo Federal.
O Porto de Santos foi responsável por 2,8 milhões de TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) no primeiro semestre de 2025, um crescimento de 7,8% em relação a 2024.
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O resultado representou o segundo maior volume da história (88,3 milhões de toneladas movimentadas), com participação de 29,9% na corrente comercial brasileira, o maior patamar dos últimos quatro anos
A soja, o açúcar e a celulose foram as cargas com maior destaque no período, demonstrando a diversidade e o peso estruturante da cadeia logística paulista.
É diante dessa força logística e econômica robusta que se mede o nível de responsabilidade do Estado. Uma medida como essa não afeta apenas exportadores: afeta toda a cadeia - caminhoneiros, terminais, ferrovias, distribuidores, trabalhadores da estiva, municípios portuários.
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O choque no Porto de Santos reverbera no emprego, na arrecadação pública e no horizonte de investimento local.
Apesar da tensão, há sinalizações de que o diálogo diplomático entre os governos pode amenizar os efeitos do tarifaço, seja por meio de redução nas alíquotas inicialmente propostas, seja por ajustes no escopo dos produtos atingidos. Essas negociações precisam ser tratadas com seriedade, urgência e transparência.
O empresariado brasileiro acompanha atentamente as tratativas, esperando do Governo Federal uma postura técnica, previsível e voltada à defesa da economia nacional.
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Recuos parciais são positivos, mas não anulam a necessidade de planejamento estratégico para mitigar impactos e evitar reincidências.
Mais do que diplomacia ou retórica, o Brasil precisa de uma atuação estratégica e assertiva. Espera-se que o Governo Federal utilize todos os instrumentos disponíveis, desde acionamento no âmbito da OMC até uso inteligente do crédito emergencial e linhas de respaldo para exportadores.
A resposta não deve ser apenas defensiva, mas também proativa na busca por novas parcerias comerciais e na diversificação de mercados.
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O escopo não se limita ao curto prazo. O tarifaço dos EUA revela que a cadeia exportadora brasileira tem dependência de poucos mercados externos e essa é uma questão que precisa ser repensada pelo Governo Federal.
Por aqui, o Porto de Santos seguirá cumprindo seu papel de infraestrutura primária, mas para que isso continue sustentável, é preciso que decisões federais reforcem sua resiliência, modernizem seus acessos e consolidem políticas que ampliem sua capacidade diante de choques externos.
Não é hora de paralisação ou brigas políticas, mas de articulação. É tempo de ação coordenada entre setor público e privado, preservando os empregos e o futuro econômico do Brasil. Se a cobrança de tarifas para importação for mesmo oficializada nesta sexta-feira (1º), a pauta não está finalizada, pelo contrário, está apenas começando.
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A busca por solução segue cada vez mais necessária para evitar um rombo nas empresas brasileiras.
O Brasil, o Porto de Santos, todas as empresas que atuam e os brasileiros merecem governança à altura de sua importância.
É que esperamos!
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