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Santos cresce com o porto, mas sem perder a alma da cidade

Essa expansão foi tema de debates no Fórum Conexão Porto e Indústria, que ocorreu no último dia 19 de setembro, em Santos.

Caio Marimex

Publicado em 25/09/2025 às 11:29

Atualizado em 25/09/2025 às 11:44

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Caio da Marimex / Divulgação

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Santos está diante de uma década transformadora. Até 2030, obras estruturantes como o novo terminal de cruzeiros no Valongo, o megaterminal de contêineres e o tão aguardado túnel Santos–Guarujá prometem redefinir a economia, o turismo e a logística da região. Essa expansão foi tema de debates no Fórum Conexão Porto e Indústria, que ocorreu no último dia 19 de setembro, em Santos. Promovido pela Record Litoral e Vale, o evento tratou sobre o futuro do porto e, também, as oportunidades para o turismo.

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Tratamos ali, com importante players do mercado portuário, sobre os avanços, mas também as sensibilidades que a cidade tem e precisam ser corrigidas junto com o crescimento. É preciso que a sociedade, como um todo, esteja atenta e participativa para esse novo cenário que se avizinha.

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São investimentos bilionários que podem consolidar o Porto de Santos como protagonista mundial, mas que exigem reflexão sobre riscos, impactos urbanos e a qualidade de vida da população.

O novo terminal de cruzeiros, com aporte previsto de R$ 1,2 bilhão, deve alavancar o turismo marítimo, criando oportunidades para hotéis, restaurantes, comércio e serviços. Já a obra do túnel Santos–Guarujá, estimada em R$ 6,8 bilhões, promete gerar cerca de 9 mil empregos e reduzir o tempo de travessia para apenas cinco minutos, promessa que estava no papel havia 100 anos. Além disso, o megaterminal de contêineres, com leilão bilionário e projeção de expansão de capacidade, reforça o peso do porto no comércio internacional, consolidando Santos como motor logístico do País.

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São notícias boa, cifras altíssimas e expectativa de todos os setores de Santos, de toda a Baixada e região, além da capital paulista. Esses avanços representam ganhos concretos, como mais empregos, maior arrecadação municipal, novos investimentos e fortalecimento do comércio local. Mas também exigem cautela. 

Se mal conduzida, a expansão pode intensificar desigualdades, pressionar áreas urbanas já saturadas e agravar desafios de mobilidade, habitação e serviços públicos. Para tanto, podemos analisar a atual situação de malha viária existente hoje para quem acessa Santos. A necessidade de novas alternativas que, efetivamente, funcionem, se arrasta há anos.

O verdadeiro sucesso dessa transformação dependerá da construção de uma governança compartilhada, que envolva Brasília, mas que também dê voz ativa a Santos, sua prefeitura, sociedade civil e comunidade portuária.

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Em 2026, teremos eleições e os novos nomes vão representar a população da cidade e os interesses da sociedade em busca de uma cidade melhor para todos que aqui estão. É hora de estarmos atentos aos passos dados também em Santos, para que o alcance da voz santista chegue até Brasília com força e capacidade de mudanças.

O Porto de Santos não pode crescer desconectado da cidade que o abriga. A expansão deve ser celebrada como oportunidade, mas conduzida com responsabilidade. Desenvolvimento e cuidado com a cidade precisam caminhar juntos, para que os próximos anos sejam lembrados não apenas pela grandiosidade das obras, mas pelo legado positivo que deixaram para toda a Baixada Santista. 

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