Rosana Valle - Ações práticas em defesa das mulheres

Mais do que termos comemorado o Dia Internacional da Mulher neste dia 8 de março - o que é muito bom e justo - temos que reforçar as lutas que ainda estão em andamento para obter novas conquistas e fazer valer os direitos já existentes para as mulheres do Brasil e do mundo.

O papel das mulheres na sociedade, com as duplas e até triplas jornadas, ficou ainda mais evidenciado, agora, com a pandemia, sobretudo nesta fase de recrudescimento da Covid-19. 

Estudos demonstraram que as mulheres, agora na pandemia, assumem cada vez mais a missão de manter a sobrevivência da família. 
Com o desemprego crescente, cada vez mais mulheres, que ainda se mantêm nos seus empregos, assumem a tarefa de sustentar o lar, enquanto os demais membros da família tentam se recolocar.

A pandemia revela, ainda, outra faceta cruel ao tornar as ruas mais perigosas à noite, quando as mulheres retornam do trabalho. Isso significou um aumento dos casos de violência contra a mulher. Isso sem falar do crescimento dos conflitos dentro de casa, ocasionados pelo maior tempo de permanência de eventuais agressores dentro dos lares, conforme registram os boletins de ocorrência das polícias militar e civil.

Para fazer frente a estes problemas, aprovei, na Câmara Federal, a lei que permite o confisco de armas de fogo do agressor denunciado, justamente para proteger a vida da mulher ameaçada. 

Na mesma linha propus, para todo o Brasil, que as mulheres possam descer fora dos pontos de ônibus entre às 20h e às 5 da manhã, medida já autorizada em algumas cidades, mas que ainda não vigora em todo o País.

Para além destas ações importantes, propus também maior poder às mulheres dentro dos partidos políticos. Pelo projeto, quero tornar obrigatória a presença de 30% de mulheres nos cargos de direção dos partidos políticos brasileiros. 

Entendo que não basta a cota de 30% de candidatas nas eleições, pois é na direção dos partidos, por exemplo, que se destinam os recursos para as campanhas destas candidatas. Ou seja, as mulheres têm que ter poder de influenciar as decisões partidárias que acabam se refletindo na sociedade.

Outra luta que apoio é o aumento da participação das mulheres em profissões ainda notadamente masculinas. Por isso, integro ação internacional para aumentar o ingresso das mulheres nas profissões portuárias. No Porto de Santos, já vemos cada dia mais mulheres em funções importantes.

Após a pandemia, retomarei minha agenda de palestras de incentivo à participação das mulheres na vida pública. 

Assim, com medidas práticas, teremos mais condições de fortalecer as mulheres no Brasil e no mundo.

Rosana Valle, deputada federal