Quando a vida encontra os ODS

Eu não lembro exatamente, mas o ano era 2016 ou 17. Eu já atuava em iniciativas sociais desde a década de 1990, quando ainda criança fui parar no movimento escoteiro, mas foi naquele momento que minha trajetória pessoal ganhou um novo sentido: Conheci o Instituto Selo Social — uma organização que, desde então, tem sido uma bússola em minha caminhada no terceiro setor e, sobretudo, na contribuição prática para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.

Para quem ainda não conhece, o Instituto Selo Social é uma organização da sociedade civil que atua de forma estratégica para transformar boas práticas ligadas aos ODS em resultados mensuráveis. Por meio de uma metodologia própria, o Instituto conecta, forma e reconhece instituições públicas, privadas e do terceiro setor que desenvolvem ações com impacto social, ambiental e econômico. Essas ações são organizadas e alinhadas aos 17 ODS – agora 18, com a chegada do ODS de Igualdade Étnico Racial, permitindo que as instituições participantes identifiquem de maneira clara como estão contribuindo para um mundo mais justo, inclusivo e sustentável na prática.

Essa conexão com o Selo Social foi transformadora não apenas em termos institucionais, mas pessoais. Pela primeira vez, pude ver com nitidez como as organizações que eu tinha atuado eram cheias de boas intenções, mas tinham pouquíssima ou nenhuma estrutura de gestão. E mais do que isso, percebi que é possível, sim, medir e ampliar o impacto social com intencionalidade, planejamento e reconhecimento.

O Selo Social propõe algo poderoso: potencializar e reconhecer as ações que já estão sendo feitas, mas que muitas vezes passam despercebidas — tanto pelo público quanto pelos próprios realizadores. A metodologia aplicada não apenas valoriza essas ações, como oferece formação técnica e acompanhamento para que os projetos evoluam com base em indicadores reais. É o tipo de abordagem que transforma boas intenções em políticas sustentáveis sejam elas públicas ou privadas.

Com o passar dos anos, essa experiência se aprofundou ainda mais com a chegada do Selo ODS Educação — uma iniciativa que dialoga diretamente com escolas e instituições de ensino. O objetivo é simples e, ao mesmo tempo, potente: fortalecer o papel da educação como eixo transformador da sociedade, integrando os ODS no cotidiano escolar. Com essa proposta, professores, gestores e estudantes passam a fazer parte ativa da construção de soluções para os desafios do nosso tempo. Com critérios específicos para conquistar a certificação, instituições de ensino de 22 estados do Brasil já se integraram a esta rede.

Em um país como o Brasil, onde as desigualdades históricas ainda são profundas, ações como essas se tornam vitais. Integrar os ODS à prática educacional e ao planejamento estratégico de instituições públicas, privadas e do terceiro setor é contribuir para uma nova cultura: a cultura da sustentabilidade, da corresponsabilidade, da empatia e da transformação coletiva.

Hoje, ao olhar para trás, vejo o quanto essa jornada me moldou. O terceiro setor é terreno fértil para quem acredita que o mundo pode — e deve — ser melhor. Mas é com ferramentas como o Selo Social que conseguimos sair do campo das ideias e aterrissar nos territórios, nas comunidades, nas salas de aula, nos planos de governo e nas estratégias empresariais. E, mais do que isso, podemos integrar os três setores para buscarmos soluções conjuntas para os problemas comuns.

Com esta experiência, fica mais fácil perceber que os ODS não são uma utopia distante. Eles são um guia prático. E quando aplicados com método, articulação e propósito, geram resultados concretos. O Brasil, mesmo com grandes desafios, tem avançado — e tenho orgulho de dizer que iniciativas como as do Instituto Selo Social, nos mostram, com dados e com histórias reais, que cada ação conta. Cada organização conta. Cada pessoa conta.

Hoje, vejo que a minha história com o terceiro setor é também uma história de esperança. E espero que, ao compartilhar esse caminho, mais pessoas e instituições se sintam inspiradas a olhar para os ODS não como metas inatingíveis, mas como convites à ação. Porque o futuro que queremos começa agora — e não podemos deixar ninguém para trás.

Link para o Instituto do Selo Social.