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Preconceito e interesses econômicos barram alimentos mais nutritivos e sustentáveis

Fique por dentro das notícias do campo por Nilson Regalado

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Publicado em 04/04/2021 às 10:10

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Indianos agora trabalham para tornar as bananas mais nutritivas / Kovaleva Ka

Por Nilson Regalado

Cientistas da Índia acabam de apresentar ao mundo um tomate rico em antioxidantes que previnem doenças cardíacas, Alzheimer e Parkinson. Diferentes dos tomates convencionais, o indiano é amarelo. O fruto foi obtido através da técnica de edição do genoma conhecida como CRISPR Cas9. Líderes mundiais na edição do DNA dos alimentos, os indianos agora trabalham para tornar as bananas mais nutritivas, com doses extras de vitaminas. A tecnologia foi vencedora do Prêmio Nobel de Química em 2020.

Na prática, a CRISPR Cas9 permite a remoção de traços indesejáveis do DNA de um organismo vivo. E isso pode ser útil para eliminar a transmissão de características genéticas que provocam moléstias. Predicados já existentes também podem ser potencializados ao nível celular de forma ágil, sem ter de esperar anos pela seleção natural dos frutos com mais vitaminas ou antioxidantes, por exemplo.

Com baixo custo e fácil manipulação, a CRISPR Cas9 concorre em um mercado bilionário dominado por laboratórios do primeiro mundo que detêm a patente dos organismos geneticamente modificados (transgênicos), cuja tecnologia permite a introdução até de genes originalmente inexistentes nas plantas e animais. E o trabalho dos indianos é potencialmente menos agressivo ao ambiente que os transgênicos porque reduz o uso de agrotóxicos.

Embora a tecnologia CRISPR Cas9 tenha sido descrita na Universidade Berkeley, na Califórnia, em 2012, ela foi vetada nos governos Obama e Trump. Em 2018, o Departamento de Agricultura dos EUA anunciou que não iria autorizar plantas editadas. Consultores da Casa Branca chegaram a sugerir que a técnica poderia inspirar hipotéticas guerras biológicas.

Antes de o CRISPR Cas9 receber o Nobel, também surgiram desconfianças éticas quanto à produção de ‘super’ humanos como as gêmeas chinesas que tiveram o DNA editado ainda no período embrionário para criar resistência ao vírus HIV. Desde então, a China proibiu a edição genética de bebês.
Aqui, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária publicou o primeiro material didático sobre o tema no final de 2020.

Aberta a temporada
O outono mal começou, mas já foram registradas mais de seis mil queimadas. O campeão é o Mato Grosso, com 1.200 focos de incêndio no campo. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, esse número deve crescer de forma exponencial com a chegada dos meses mais secos do ano.

Peixe sem higiene
O Ministério da Agricultura habilitou as duas primeiras embarcações aptas a exportar pescados para a Europa. Os barcos, um gaúcho e outro catarinense, atenderam exigências sanitárias da União Europeia. As vendas para o continente estavam proibidas desde 2018 por falta de higiene nos barcos brasileiros.

Filosofia do campo:
“Pelos campos há fome em grandes plantações/Pelas ruas marchando indecisos cordões... Os amores na mente, as flores no chão/A certeza na frente, a história na mão”, Geraldo Vandré, músico paraibano, em ‘Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores’.

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