Nilton César Tristão, cientista político / DIVULGAÇÃO
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Por: Nilton Cesar Tristão
Com as manifestações antigovernistas e pela ampliação da vacinação ocorridas no último sábado (29/5), o acirramento na polarização, a partir de agora, conferirá maior gradação e intensidade aos embates políticos, uma vez que o bolsonarismo vem continuamente esgotando a capacidade de sustentar-se enquanto movimento social e projeto de poder, pois a estratégia adotada de manter a corda esticada com o objetivo de confrontar sistematicamente os inimigos imaginários da pátria fracassou na tentativa de construir um campo majoritário e uníssono. Justamente, no momento em que a aderência popular ao Presidente Messias encontra-se possivelmente comprometida de maneira indelével, e o embate entre propina contra cloroquina não favorece as pretensões de reeleição.
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Nesse cenário, Jair, diante da impossibilidade em rever seus posicionamentos e inaugurar novas bases diálogos e interlocuções, intensifica a desconstrução dos entes federativos e compromete a unidade das institucionalidades, em especial, das forças armadas. Por outro lado, parte significativa da sociedade levanta seus estandartes em contraposição à postura governamental de minimizar os danos provocados pela pandemia, além da negar o pensamento, investigação e formulação de postulados científicos. No final, o que estará em jogo em 2022, será o caminho que o Brasil trilhará para resgatar a cidadania, se inserir em novos padrões de modernidade e redefinir a vocação social, econômica e cultural da Nação.
Entre as principais questões que o país terá que enfrentar, estará: 1) definir os mecanismos efetivos de combate à crise ocasionada pelos efeitos do distanciamento social, através de estudo do impacto na economia e mercado de trabalho para definir diretrizes de assistência aos desempregados e falidos; 2) recuperar a defasagem educacional em decorrência de dois anos de ensino a distância; 3) edificar rede de proteção social, dando ênfase à segurança alimentar e resgate dos cidadãos em condições de vulnerabilidade extrema; entre tantas outras.
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O mundo pós-Bolsonaro precisa ser ocupado por um líder aglutinador, capaz de produzir consensos e ser unificador de teses. Resolver impasses através da participação coletiva, que edifique alternativas inteligentes para transformar uma realidade que flerta com a decadência. O Brasil no futuro próximo não pode encontrar-se degradado pela crise, corrompido pela corrupção, esfacelado pela criminalidade e vitimada pela fome. Por ter tido a pessoa errada, na hora errada, no momento errado, conduzindo o país de forma equivocada.
* Nilton Cesar Tristão, Cientista Político
Opinião Pesquisa & GovNet