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Nilton C. Tristão: A fragilidade dos candidatos oposicionistas

Os despreparados e inaptos devem se acostumar ao ostracismo da irrelevância

Da Reportagem

Publicado em 24/06/2020 às 07:07

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Por Nilton C. Tristão

Neste artigo continuaremos refletindo sobre as variantes que podem impactar os desfechos das eleições municipais desse ano.  Anteriormente havia conjecturado que “na esfera da opinião pública presenciaremos os prefeitos em busca da reeleição pagando o preço da fúria popular, justamente por serem os primeiros a se posicionar diretamente na linha de tiro”. Em outros termos, é evidente que os desatinos governamentais ocorridos na condução ao combate pandêmico terão repercussões diretas no enredo do pleito.

Todavia, a oposição como um todo tem esbarrado em atribulação para ocupar espaços na defesa de teses alternativas às políticas de contenção do covid-19 adotadas pelas municipalidades, pois, da mesma maneira que os burgomestres em exercício expostos ao dilema de apresentar resultados racionais e eficientes a um problema concreto, os adversários patinam diante da dificuldade em formular premissas capazes de ir além da dimensão do senso comum. 

Todos os tipos de sandices situacionistas envolvendo a criação de diretrizes destinadas ao isolamento e posterior flexibilização da coexistência, raramente encontraram contrapontos ou contraditórios eloquentes no campo antagonista. Adentramos em um período histórico de rupturas, em que o marketing político da estética e conteúdo minimalista perdeu terreno para pensamentos com maior complexidade causal. 

Cresce a primordialidade para a imposição de debate junto à coletividade a respeito das consequências e dos preços a serem pagos no processo de reconstrução do tecido social fracionado pela fúria da natureza, como também do empreendimento da autocritica no tocante aos prejuízos onerados aos cidadãos por decisões equivocadas, mal planejadas ou eticamente reprováveis. 

Caso a oposição deseje assumir o comando das cidades a partir de 1º de janeiro de 2021, necessita refinar o comportamento de seus quadros a partir das exigências de uma nova visão de mundo, sendo que os segredos para essa transformação estão na conduta firme diante das incertezas, na habilidade para liderar a retomada da normalidade e redefinir as prioridades orçamentárias, na compreensão da necessidade de ampliar os procedimentos de transparência, além da reorganização da máquina pública com a adoção de mecanismos eficazes para responder a demandas reais.

Os próximos gestores serão os timoneiros das soluções dentro do universo das excepcionalidades, remodeladores do firmamento de outrora. Em síntese, o perfil ideal de governança virá associado à grandeza da missão e à imposição dos desafios que nos espreitam; portanto, os despreparados e inaptos devem se acostumar ao ostracismo da irrelevância.

Nilton C. Tristão
Cientista Político – Opinião Pesquisa

 

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