Inovação sustentável como motor de transformação regional

A Baixada Santista é reconhecida como um território estratégico para o Brasil. Do porto à economia criativa, da indústria ao turismo, ela concentra ativos que a colocam no centro de debates nacionais sobre desenvolvimento. Mais do que olhar apenas para o presente, é preciso pensar no futuro — e é nesse ponto que inovação e sustentabilidade se tornam motores de transformação regional.

O Parque Tecnológico de Santos atua como articulador dessa jornada, conectando governos, universidades, empresas e sociedade civil em uma verdadeira tríplice hélice ampliada. Essa rede de cooperação permite que a inovação deixe de ser apenas discurso e se converta em resultados concretos que transformam a vida das pessoas.

E para mostrar como isso já está acontecendo na prática, compartilho algumas iniciativas que nasceram desse movimento coletivo. Um exemplo disso foi o ESG Challenge, hackathon realizado em parceria entre a Autoridade Portuária de Santos, o Parque Tecnológico, o Sebrae, operadores portuários privados e outras entidades.

O desafio reuniu alunos e professores universitários em torno de problemas reais do porto e resultou na criação da Data Over Seas, startup que nasceu incubada no Parque e recebeu subsídio financeiro da Autoridade Portuária para desenvolver uma solução tecnológica de impacto ambiental. Um caso emblemático de governança compartilhada, em que cada parte desempenhou um papel estratégico.

Na área de economia criativa, a parceria com o Sebrae e comunidades locais impulsionou a vertical de games. Esse setor, diretamente conectado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relacionados à educação de qualidade e ao trabalho decente, tem potencial para transformar jovens talentos em empreendedores de impacto, ampliando horizontes profissionais e fortalecendo um mercado que já movimenta bilhões no mundo e encontra aqui um terreno fértil para crescer.

Um marco importante desse movimento é a chegada do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) ao prédio do Parque Tecnológico de Santos, em uma cessão de uso por dez anos. As atividades do campus trará mais de 200 alunos circulando diariamente nas instalações do Parque, conectando talentos a oportunidades e fortalecendo a integração entre ensino, pesquisa e mercado.

Essa conquista só foi possível graças à parceria entre o Governo Federal e a Prefeitura de Santos, e representa a oferta de ensino público de excelência em uma região que enfrenta desafios históricos, ampliando assim, as perspectivas de futuro para milhares de jovens e famílias da Baixada Santista.

Outro destaque é o Programa Inovação e Longevidade, desenvolvido em parceria com a Secretaria da Mulher, da Cidadania, da Diversidade e dos Direitos Humanos, por meio da Coordenadoria de Políticas Públicas para a Pessoa Idosa.

A iniciativa aproxima gerações, convidando estudantes de tecnologia a atuarem como facilitadores do conhecimento para pessoas idosas, promovendo inclusão digital com foco também em cibersegurança — garantindo que estejam seguros no ambiente online. Mais do que acessar informações, o programa reforça o protagonismo dos idosos em suas vidas e na sociedade, ampliando oportunidades de socialização, autonomia e concretizando o conceito de envelhecimento ativo como política pública.

Esses são apenas alguns exemplos de como a tríplice hélice pode gerar impactos reais quando atua de forma articulada. Mas eles não são casos isolados. Outras iniciativas vêm sendo construídas nesse mesmo espírito de cooperação, conectando saberes acadêmicos, demandas do setor produtivo e a atuação estratégica do poder público.

O resultado é um ecossistema em movimento, que vai além de ações pontuais, mas de uma rede crescente de projetos, talentos e oportunidades que se fortalecem mutuamente.

Esse é o papel do Parque Tecnológico de Santos — abrir caminhos, apoiar projetos e criar condições para que ideias se desenvolvam e se transformem em resultados. Mais do que acompanhar tendências globais, a região está escrevendo sua própria narrativa de inovação sustentável.

Uma narrativa baseada em cooperação, diversidade e impacto social, que mostra ao Brasil e ao mundo que inovação não é privilégio das capitais: é força de transformação que nasce também no litoral paulista.