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Artigo - De grão em grão, o agronegócio vai se modernizando

Soja é um grão que nasce em lugares remotos do interior do Brasil, onde grandes fazendas ocupam vastas planícies, onde um dia foram florestas nativas, para fazer o cultivo

Silvio Sebastião Pinto

Publicado em 08/10/2021 às 06:40

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Silvio Sebastião Pinto, analista programador e escritor / DIVULGAÇÃO

Soja é um grão que nasce em lugares remotos do interior do Brasil, onde grandes fazendas, geralmente muito bem estruturadas, ocupam vastas planícies, onde um dia foram florestas nativas, para fazer o cultivo. O consumo frequente de soja pode prevenir doenças cardiovasculares, colesterol total, triglicerídeos, surgimento de trombose, câncer de mama, TPM, e por aí vai uma lista que parece não ter fim, é realmente incrível. Além, é claro, de produzir óleo de cozinha, combustível e ração animal. Parece coisa de produto mágico. Não é sem motivos que é um produto cada vez mais utilizado no mundo todo, e por conta disso as exportações são cada vez maiores. 

E é aí que entra o foco do nosso assunto, a tecnologia dessa logística. É pelo porto de Santos que sai do país a maior parte do que é exportado, e é muita coisa. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) o Brasil vai colher até o final de 2021 uma safra recorde de 135,5 milhões de toneladas. Dá para encher vários navios, e os números só crescem. Controlar e mensurar a distribuição desse bem é uma tarefa que há muito não se pode fazer de qualquer forma, afinal é uma das maiores riquezas do Brasil. 

Segundo o site da revista Exame de 15/04/21 uma empresa chamada Covantis criou um sistema para acompanhar essa cadeia produtiva. É baseado numa nova tecnologia chamada Blockchain. 

Essa tecnologia, mãe das criptomoedas, permite a construção de uma modalidade de sistemas comumente chamados de contratos inteligentes. Imagine que isso é um contrato de fornecimento, só que em vez de papel usa-se um software, que vai checando, “carimbando” e validando todo o processo, desde a encomenda, passando pela colheita, armazenamento, transporte, secagem, remessa para o porto, desembaraço aduaneiro. Enfim, uma sequência de procedimentos técnicos, logísticos e burocráticos já prevista em contrato, portanto com previsibilidade de prazos, quantidades, valores e metas. Esse sistema é um banco de dados público, portanto passível de conferência por qualquer um e em qualquer lugar, o que o torna confiável e seguro. 

Desde a encomenda da safra, que pode ser feita anos antes da colheita, até a chegada da mercadoria, então, pode haver um tempo considerável, e com isso há margem para descontroles. Mas com um sistema assim o processo todo, que começa em outro país, continua no Brasil e depois volta de novo para o país de origem, funciona como a linha de produção de uma grande fábrica, como uma esteira, onde é colocada a matéria prima de um lado e sai o produto acabado do outro. 

É a informatização do planeta, como se fosse uma fábrica só. Ainda segundo a revista Exame essa plataforma, que foi lançada em fevereiro passado, já negociou mais 25 milhões de toneladas de soja em apenas dois meses. É um mercado muito tradicional, muitas vezes envolvendo três gerações de famílias ou mais, e isso sempre dificultou a implementação de recursos modernos que não fossem as famosas máquinas do campo. Essas pessoas mais tradicionais tinham dificuldade em investir em tecnologias que não pudessem ser avaliadas com os olhos, mas isto vem mudando, as novas gerações estão buscando novas parcerias, novas soluções e novos mercados. 

Como Blockchain é a mesma tecnologia usada para as criptomoedas, pode gerar dúvidas sobre seu uso numa área tão dispare quanto o agronegócio. Mas é assim mesmo, as tecnologias surgem nas guerras para depois salvar vidas. E é essa característica, a interoperabilidade, a versatilidade, que faz das tecnologias ferramentas tão indispensáveis, e que conseguem unir pessoas e interesses tão distantes, e que nos mostram o quanto somos dependentes uns dos outros. 

* Silvio Sebastião Pinto, analista programador e escritor

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