10 de Outubro de 2024 • 05:47
Em 2020, os fazendeiros despejaram 1 milhão e 52 mil toneladas de agrotóxicos nas lavouras e pastagens / Divulgação/Cenipa
Por Nilson Regalado
Para produzir safras maiores a cada ano o agro brasileiro tem recorrido cada vez mais a pesticidas, fungicidas e herbicidas. Esses venenos são aplicados diretamente nas plantas e nos frutos para controlar insetos, doenças e mato. Em 2020, os fazendeiros despejaram 1 milhão e 52 mil toneladas de agrotóxicos nas lavouras e pastagens. Esse volume faz do Brasil o maior consumidor de agroquímicos do mundo.
As plantações de soja geneticamente modificada receberam 48% de toda carga de defensivos agrícolas. O milho geneticamente modificado ocupa o segundo lugar no ranking, com 13%. Hortaliças e frutas (4%), pastagens e cafezais (ambos com 3%), feijão, citros, trigo e arroz (com 2% cada) vêm na sequência.
Os campeões no consumo de venenos agrícolas são Mato Grosso e Rondônia. Depois, vêm São Paulo e Minas Gerais, que utilizaram 19% de todo agrotóxico aplicado nas lavouras brasileiras. Os dados são da Spark Consultoria Estratégica.
O mercado brasileiro de defensivos movimentou quase R$ 102 bilhões em 2020. Isso representou crescimento de 8,8% em relação a 2019. Para 2021, a expectativa é de expansão de 10%. Os dados são do Empresômetro, plataforma de informações estratégicas.
Mercado de orgânicos cresce...
Na contramão do agronegócio exportador de soja e milho, o setor de alimentos orgânicos produz para o mercado interno e cresceu 30% em 2020, ano em que as pessoas passaram mais tempo em casa e puderam definir o cardápio. O faturamento foi de R$ 5,8 bilhões.
...mas, ainda é incipiente.
A boa notícia é que o mercado de orgânicos venceu a barreira das metrópoles e se expande até em cidades pequenas. Mais: o número de sítios e fazendas que passaram a produzir alimentos livres de venenos agrícolas cresceu 5,4% na comparação com 2019. Os dados são Associação de Promoção dos Orgânicos.
‘Arqueologia’ descobre...
Plantado desde o século 18 e homenageado até na bandeira do Estado, o café volta a florescer em Santa Catarina, após o extermínio das lavouras na década de 1960 para reduzir estoques mundiais da bebida.
...café plantado à beira-mar...
Estudo “arqueológico” feito pelos institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina e do Sul de Minas Gerais acaba de localizar cafezais em pequenos sítios de 15 cidades à beira-mar, no Litoral Catarinense.
...de excelente qualidade.
Sob influência da brisa marítima, os cafezais da variedade arábica crescem à sombra de palmeiras juçara, bananeiras e árvores da Mata Atlântica. E esse microclima confere identidade própria que enquadra o café ‘barriga-verde’ na categoria ‘especial excelente’ por suas qualidades sensoriais, com mais açúcares e equilíbrio de outros elementos.
Filosofia do campo:
“Quando o mar fica agitado demais/E aquele barulho que a onda faz/É o mar chorando, implorando, pedindo pra banhar Minas Gerais… Só eu sei, mar, o quanto é triste ficar longe de Minas Gerais”. César Menotti e Fabiano, músicos, in “Minas não tem mar”.
Diário Mais
As chances são mínimas, porém, não são zeradas, como muitos, sem conhecimento, defendem
Diário Mais
Com um peso impressionante de 1 kg, o lanche já pode ser encontrado na Praça Barão do Rio Branco, em São Vicente