Diego Monsalvo, professor de filosofia e escritor / DIVULGAÇÃO
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Por Diego Monsalvo
É ‘moda’ dizer, inclusive entre nós professores e professoras, leia tudo que te caia às mãos, desde bula de remédio até o dicionário como um todo, afinal, toda leitura é um bem do qual todos poderemos tirar proveito cultural de grande sentido e valor às nossas existências!
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Não, não e não!!! Não pare para ler qualquer coisa com a ideia de que te acrescentará algo de especial em sua existência...
VEJAMOS apenas no que se refere às informações escritas. Temos à disposição, nos dias de hoje, uma infinidade de publicações e postagens diárias e semanais trazendo novidades, informações, cultura e entretenimento às nossas ordinárias existências. Além de um incalculável número de revistas de fofocas, de curiosidades ‘científicas’ duvidosas e de análises políticas encomendadas. Tudo isso somado ao oráculo do nosso tempo: as correntes, os grupos e os memes do WhatsApp!
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Em tese, reflete esta cabeça que vos fala, levando em conta os dados que lembrei acima, se a boa leitura fosse medida pela quantidade de palavras lidas, teríamos de ter um conhecimento social, político, econômico, cultural, educacional amplo e extraordinário. Mas, eis que não vemos isto efetivar-se na realidade, há quem diga “MUITO PELO CONTRÁRIO”.
Portanto, sem aplicar grandes esquemas de lógica na análise destes óbvios e ululantes fatos, podemos concluir que lemos MUITO, mas lemos MAL! Em outras palavras, nada vezes nada nos acrescenta nada, eis a fórmula mágica! O pior cego é o que não... sabe ler, ou melhor, não sabe o que ler! O consumo de muita informação sem qualidade faz um mal danado, pois cria o falso intelectual, o analfabeto político e o palpiteiro de plantão! Figuras tão presentes e, infelizmente, muitas vezes, tão cheias de poder em nossa sociedade!
Me permitam uma metáfora: no que diz respeito a uma leitura de qualidade, cada um de nós precisa se portar como um filtro para café, onde o pó fica preso, a água se transforma e o cafezinho aparece como a novidade almejada!
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Dicas (in)úteis:
1. Não desanime em sua leitura! Se de alguma forma te deprimo com este artigo, é porque penso que devemos refletir mais, ler menos (e melhor) e entender nossa realidade na companhia dos sábios olhares e encontros de qualidade em nosso dia a dia.
2. Não abra mão dos clássicos da literatura universal, uma vez que são clássicos justamente por trazerem ideias e beleza que ultrapassam territórios, culturas e o tempo.
3. Portanto, modestamente, lhe indico a obra básica para iniciar suas leituras mais profundas, desde Homero ao nosso grande escritor manauara Milton Hatoum: seu pensamento livre e crítico por natureza!
Leia BEM, cara-pálida!
* Diego Monsalvo, professor de filosofia e escritor
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