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Artigo - A eficácia da desobediência civil

Desobediência civil é a postura de alguém que, vivendo na democracia, mas não aceitando um parâmetro proveniente do Parlamento ou do Executivo, resolve não observá-lo

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Publicado em 11/12/2020 às 11:10

Atualizado em 11/12/2020 às 11:10

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José Renato Nalini, presidente da Academia Paulista de Letras / DIVULGAÇÃO

Por José Renato Nalini

Desobediência civil é um conceito instigante. É a postura de alguém que, vivendo na democracia, mas não aceitando um parâmetro proveniente do Parlamento ou do Executivo, resolve não observá-lo. Algo que já ocorreu muitas vezes na História e que é útil em duas ocasiões: quando praticado por uma legião de pessoas ou quando é protagonismo de alguma celebridade. 

O exemplo da primeira hipótese teve lugar na Itália, quando moradores de algumas cidades, indignados com a elevação do tributo equivalente ao nosso IPTU, reuniram-se na praça principal e atearam fogo a todos os boletos.

A segunda ocorrência é mais frequente. Aqueles que se acorrentam em árvores para impedir que os dendroclastas as destruam. Ou que permanecem dentro de um prédio que será implodido.
Quem tentou uma desobediência civil bem oportuna este ano foi Jane Fonda. A “Barbarella”, filha de Henry Fonda, aos 82 anos, é inconformada com o maltrato que seu país devota à natureza.

Sabendo com quem estava lidando, foi procurar algum ambientalista na família Trump e encontrou Ivanka. Propôs a ela formar um grupo com as mulheres mais bonitas dos Estados Unidos, todas vestidas de vermelho, para um acampamento permanente junto à Casa Branca. 

Ivanka riu, mas não topou. Foi então que Jane procurou Annie Leonard, a diretora executiva do Greenpeace e esta a dissuadiu. As imediações da Casa Branca estão infestadas de rato. Como acontece em todas as grandes cidades. Consta que nossa São Paulo tem uma população do roedor superior aos vinte e dois milhões da área conurbada, ou seja, a ocupação imobiliária não respeita fronteiras municipais.

Foi então que Jane Fonda tornou-se estrela do “Fire Drill Fridays”, um protesto contra as mudanças climáticas levado ao palco todas as sextas de janeiro de 2020, diante do Capitólio. Por causa disso, foi presa cinco vezes e se preocupou com o fato de as algemas de plástico preto não serem recicláveis. Os vídeos dessa performance começaram a arregimentar seguidores. De 100 mil passaram a mais de 600 mil até julho. Mais ainda, Jane escreveu o livro “What can I do?”, o “O que posso fazer?”, inspirando-se em Greta Thunberg, a garota que puxou as orelhas dos chefões do planeta, que não levam o aquecimento global a sério.

E você? Uma próxima vítima dessa grande catástrofe, muito pior do que a pandemia do Coronavírus, vai fazer o que? O que acha que pode fazer?

* José Renato Nalini, presidente da Academia Paulista de Letras

 

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