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Cotidiano

GAPA alerta para aumento de casos de HIV entre os jovens

Bruno Gutierrez

Publicado em 26/04/2017 às 10:00

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Santos já foi considerada, no passado, como a capital nacional da Aids. Apesar do rótulo ter passado, o Grupo de Apoio à Prevenção da Aids da Baixada Santista (GAPA/BS) alerta para o aumento recente nos casos de HIV na região, especialmente entre os jovens.

De acordo com dados da Seção Centro de Referência em Aids (Secraids), da Prefeitura de Santos, 278 pessoas descobriram que estavam infectadas pelo vírus em 2015. O número é 28% maior do que o registrado em 2012.

Segundo a presidente do GAPA, Nanci Alonso, esse aumento se deve ao nível da qualidade da informação passada.

“Nós desenvolvemos um projeto, que é o Viva Melhor Sabendo, desde 2014. A primeira população-alvo que tivemos foram os jovens gays e homens que fazem sexo com homens. Já começamos ali a verificar a falta de informação, o não uso da camisinha. Muitos deles estavam sendo infectados com a sífilis. E depois, para ampliar esse leque, passamos a atender a população jovem, entre 14 a 25 anos. Nos campos, os educadores voltavam com uma série de informações como, por exemplo, um estudante do segundo ano de Odontologia que disse que se alguém tossisse no rosto dele, ele também poderia pegar Aids. Um outro que disse que não transa com camisinha porque Aids tem cura. E outras frases como: ‘Não tem problema, eu tomo remédio depois’ e ‘Se eu transar também com alguém, eu vou lá e pego o remédio pós-exposição’. Muitos perguntavam se ainda existia a Aids”, disse a presidente.

O GAPA desenvolve o trabalho em bairros como a Vila Gilda e a Vila Santa Casa, além do meio universitário. De acordo com Nanci, chama a atenção o fato que a maioria dos casos de HIV em Santos se dá entre jovens, de nível universitário ou Ensino Médio, diferente do padrão nacional, quando as ocorrências são maiores entre a população jovem de maior vulnerabilidade social.

Por isso, a instituição tem desenvolvido trabalhos diretamente para este público.

“Uma delas é o GAPA Laboratório, o GAPA Lab. É uma página no Facebook onde teremos toda uma discussão, com todas as gerações, para que essas coisas sejam mais detalhadas, para que as pessoas se desinibam mais para poder falar sobre isso. Temos o teste, Viva Melhor Sabendo, que é feito na rua. E junto com o Viva Melhor Sabendo estaremos colocando performance teatral. É uma performance urbana onde as pessoas chegam, colocam uma situação de Aids e começam a conversar sobre isso. Lógico que tem todo um aparato de pessoas que farão distribuição de folhetos, e junto a essas pessoas, em determinados momentos, so feitos os questionamentos. Por exemplo, ‘ele disse que é prova de amor usar camisinha, você acha que tem que usar?’. Nisso, começa uma discussão em cima da participação desses jovens. Essas são as primeiras campanhas. A gente tem, depois, outras iniciativas como fazer aplicativos para celular”, explicou Nanci.

O GAPA completa 29 anos em 2017. E o sentimento da presidente da entidade é de confiança em vencer mais uma batalha contra o aumento nos casos de Aids.

“Gostaríamos de estar comemorando o fim da infecção pelo HIV mas, infelizmente, aos 29 anos vamos ter que falar que está aumentando o número, principalmente na população jovem. Isso não é motivo para comemorar. Mas acredito que seja motivo para comemorar, também, porque nós vamos vencer mais essa batalha. Tenho certeza disso”, finalizou Nanci Alonso.

Entidade lança projeto para oferecer atendimento jurídico aos pacientes

O GAPA lançou ontem, na comemoração pelos 29 anos da entidade, um projeto que irá oferecer atendimento jurídico aos pacientes e familiares atendidos pelo grupo.

O projeto será coorneado pelo advogado Paulo Sergio Gomes Alonso, que esteve na sede da entidade para realizar uma apresentação sobre a ­iniciativa.

“(O projeto) nasceu da necessidade. Tudo acontece em função da necessidade. Se constatou que pessoas tinham problemas e traziam esses problemas para a entidade. E a entidade, muitas vezes, não tinha condições para tentar solucionar esses problemas dos pacientes. Identificamos que muitos problemas derivavam de ordem jurídica, e se pensou numa solução. A solução foi buscar apoio junto a instituições. A Defensoria Pública, tanto Federal quanto Estadual, e também algumas entidades educacionais, geralmente universidades que possuem curso de Direito, e essas universidades possuem escritórios modelo. Lá participam alunos e professores que procuram ajudar essas pessoas carentes e dão assessoria a elas”, comentou Alonso.

O projeto é dividido em quatro fases. A primeira é a triagem dos portadores e dos problemas jurídicos. O segundo passo é a constatação das necessidades do paciente e o encaminhamento do caso para atendimento.

O terceiro passo são as assistências jurídicas das instituições ao paciente. Por fim, o último passo é o acompanhamento da área jurídica do GAPA durante todo o procedimento.

Saiba como ajudar o Gapa/BS

O Grupo de Apoio à Prevenção da Aids da Baixada Santista (GAPA/BS) enfrenta problemas pela falta de patrocínio. De acordo com a presidente da instituição, o grupo recebe uma verba de R$ 5 mil da Prefeitura de Santos, que serve para custear o aluguel da sede. Por isso, a entidade precisa de auxílio para se manter.

Uma opção é o bazar do GAPA, localizado na Rua Colômbia, 44, no Boqueirão, em Santos. No local são vendidos produtos novos e artesanato produzido pelos pacientes antedidos pelo grupo.

Também existe a necessidade de alimentos. O GAPA precisou reduzir o número de cestas básicas por causa da diminuição alimento.

Quem preferir, também pode fazer uma transferência bancária para a entidade. Banco do Brasil, agência bancária 3021-X, número da conta 12890.

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