24 de Abril de 2024 • 14:50
Líderes sindicais foram presos e torturados no navio-prisão Raul Soares durante o período do regime militar,
Um Grupo de Trabalho da Comissão da Verdade do Ministério do Trabalho e Emprego(MTE) iniciou ontem, em Brasília, as investigações para levantar os nomes de sindicalistas presos durante a ditadura militar no Brasil, bem como os sindicatos que sofreram intervenções.
Santos, cidade considerada, na época, a República Sindical do País, foi alvo da repressão, teve vários sindicatos fechados e seus dirigentes sindicais presos e trancafiados no navio-prisão Raul Soares, atracado no Porto de Santos, próximo à ilha Barnabé.
O Grupo de Trabalho definiu o cronograma de atividades. Representantes do Ministério, de entidades sindicais e do IIEP (Intercâmbio, Informações, Estudo e Pesquisa) estabeleceram o cronograma de atividades. Em 4 de abril será finalizado o diagnóstico da documentação existente no Ministério do Trabalho sobre intervenções nas organizações sindicais, prisões e torturas de líderes, e outros abusos autoritários do Estado entre 1946 e 1988. Concluído o diagnóstico, o Grupo de Trabalho realizará a triagem e a preparação da pesquisa, separando os conjuntos mais importantes de documentos, com prazo até 5 de maio.
A partir disso, começa a pesquisa propriamente dita, que será finalizada com a entrega do relatório final, em 5 de dezembro, ao ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. As atividades até lá incluirão a solicitação de informações do Ministério do Trabalho, pesquisas em arquivos físicos, entrevistas com servidores antigos do Ministério e ex-ministros, depoimentos de sindicalistas e pesquisas no Acervo do Serviço Nacional de Inteligência (SNI), disponível no Arquivo Nacional.
Essa é a primeira vez que o Ministério do Trabalho permite o acesso franco e livre aos seus arquivos e cria um Grupo de Trabalho para levantar documentos sobre intervenções nos sindicatos. “Nosso objetivo é descobrir quantas foram e de que maneira ocorreram as intervenções”, disse Sebastião Neto, que coordena o trabalho dos pesquisadores do IIEP.
O trabalho dos pesquisadores teve início em 31 de janeiro, data da segunda reunião do Grupo de Trabalho, com a abertura das primeiras caixas e o começo da prospecção de documentos para a definição do diagnóstico. Nos dias 31 de janeiro à tarde, 1º e 2 de fevereiro, Sebastião Neto e a equipe do IIEP fizeram uma prospecção inicial dos documentos para propor a metodologia de trabalho.
Esse movimento teve como ambientes a sede do Ministério (arquivos da SRT), o Arquivo Nacional, onde há o equivalente a 41 caixas de material, e as instalações do Centro de Referência do Trabalhador Leonel Brizola, do Ministério do Trabalho, localizado em Brasília.
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O prêmio é de R$ 50.000.000,00
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Evento pode ser visto em todo o Brasil, a partir das 17h30