23 de Abril de 2024 • 12:44
A marcha sindical realizada em Brasília, no último dia 24 de maio, foi um marco no calendário da luta sindical contra as reformas pretendidas pelo Governo Federal / Divulgação
O presidente Michel Temer quer jogar os trabalhadores contra os sindicatos, visando enfraquecer a luta contra as reformas e desviar o foco da mobilização sindical, informam sindicalistas ao Diário do Litoral, logo após a divulgação de que o Presidente da República quer manter por mais algum tempo o imposto sindical obrigatório, buscando apoio para a reforma trabalhista, que se encontra em discussão nas comissões do Senado.
A notícia foi publicada na edição de ontem do DL, após divulgação pela Rádio Senado, com entrevista do vice-líder do Governo, senador Fernando Bezerra Coelho, do PSB de Pernambuco, que falou que Temer estaria disposto em manter o imposto sindical. e para isso teria reativado o Conselho Sindical do Trabalho..
“Não confio mais no que o Presidente da República fala. É o desespero de um Governo que agoniza e que quer jogar os trabalhadores contra seus sindicatos a fim de desviar o foco de sua própria incompetência de tentar impor essas reformas que são nocivas ao País e que tem a intenção apenas de destruir com trabalhadores, aposentados, os sindicatos e a justiça do trabalho”, desabafou Herbert Passos Filho, presidente dos Químicos e vice-presidente da Força Sindical de São Paulo.
Ele diz que o Governo usa o fato para tentar fragilizar o movimento sindical às vésperas de mais uma greve geral já marcada para o dia 30 deste mês. “O que nos interessa é a representação sindical. Em relação ao custeio das atividades sindicais, essa decisão será feita pelas categorias em assembleias”, disse o sindicalista.
E concluiu:” Nós estamos na luta para sepultar essas reformas e o Governo sentiu isso, pois acaba de autorizar o Congresso a adiar essas votações”.
Ninguém negociou imposto sindical com o presidente, diz NCST
Luís Gonçalves, Luisinho, presidente estadual da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST/SP), também demonstrou sua revolta com o que qualifica como uma jogada do Governo. “O presidente Temer quer enfraquecer a nossa luta. Somos contra as reformas, pois queremos um amplo debate sobre esse assunto, mas Temer quer simplesmente acabar com os trabalhadores e aposentados”, disse o líder sindical.
Para Luisinho, essa informação do Governo dá a entender que os sindicatos só estão na luta contra a reforma trabalhista por causa do imposto sindical. “O Governo tenta fragilizar os trablhadores e usa de um expediente condenável, pois nós lutamos pela representação sindical e esse custeio sindical será definido no momento certo por assembleias. Eu garanto que, de nossa parte, ninguém tratou desse assunto com o Governo, e queremos manter a mobilização para a greve prevista para o próximo dia 30”, concluiu.
“Nós não somos contra as reformas, mas entendemos que tem que haver amplo debate sobre assuntos que mexem com a vida dos trabalhadores, servidores e aposentados. O Governo está vendendo o País e tenta enfraquecer a luta do movimento sindical com essa jogada do imposto sindical”, disse Fábio Marcelo Pimentel, diretor em Santos da NCST/SP.
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