25 de Abril de 2024 • 18:29
Saúde
Ele explica que os órgãos de saúde devem reforçar as campanhas de prevenção ao HIV/Aids, porém, concorda que a família, pais ou responsáveis, também têm o dever de alertar as crianças e os adolescentes sobre formas de se evitar as infecções sexualmente tr
Ricardo Hayden defende aplicação de conteúdo programático nas escolas para orientar os jovens sobre prevenção ao HIV. / Agência Brasil
Segundo matéria publicada recentemente no jornal O Globo, o futuro ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou “não acreditar na efetividade das campanhas de prevenção e educação continuada em escolas ou unidades básicas de saúde”.
O médico infectologista Ricardo Leite Hayden, que também é coordenador de Infectologia do Departamento Científico da Associação Paulista de Medicina/Associação Médica de Santos, discorda em parte da declaração de Mandetta. Para ele, a responsabilidade de orientar e conscientizar a população em idade escolar é mútua.
Ele explica que os órgãos de saúde devem reforçar as campanhas de prevenção ao HIV/Aids, porém, concorda que a família, pais ou responsáveis, também têm o dever de alertar as crianças e os adolescentes sobre formas de se evitar as infecções sexualmente transmissíveis (IST’s).
Mas, Hayden analisa que a participação da família na orientação sexual dos menores de idade é muito difícil. Ele aponta a ignorância sobre o HIV/aids e o tabu como principais barreiras que impedem a atuação efetiva dos familiares na orientação dos filhos sobre a importância de usarem preservativos nas relações sexuais.
Prevenção custa menos que tratamento
Hayden analisa que a prevenção é fundamental e custa bem menos para o Governo Federal.
“A prevenção é o elemento-chave, evita a doença, evita o tratamento, o uso de remédios”, afirma o especialista complementando que os investimentos em tratamento são bem maiores.
Ricardo Hayden ressalta que é preciso intensificar as campanhas de conscientização e sugere que os órgãos de saúde devem aplicar conteúdo programático nas escolas adequado às faixas etárias nos ensinos fundamental e médio.
Interrupção na distribuição de medicamentos é impensável
Entretanto, o infectologista não acredita numa possível revisão nas estratégias de enfrentamento ao HIV/Aids do Ministério da Saúde que possa prejudicar pacientes. Hayden disse que não vê impacto sobre tratamento de pacientes como uma possível interrupção na distribuição de medicamentos.
HIV: alta incidência entre jovens
A maior concentração de pacientes com HIV/Aids está entre os homens nas faixas de 20 a 39 anos de idade, na Baixada Santista, segundo constatou o Diário após levantamento realizado junto a oito dos nove municípios da região.
Reportagem sobre o levantamento foi publicada na edição do dia 1º de dezembro (sábado), Dia Mundial de Luta contra a Aids.
Santos, São Vicente, Bertioga, Cubatão, Guarujá, Praia Grande, Mongaguá e Peruíbe registram novos diagnósticos entre homens, mulheres, adolescentes, crianças e idosos, ano após ano, apesar dos esforços dos departamentos voltados às ações de prevenção e conscientização sobre o HIV.
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