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São Vicente

Unesp lança E-book sobre educação ambiental

A publicação conta com cinco capítulos redigidos por 12 autores e foi organizada pelos professores Marcelo Pinheiro e Ana Carolina Talamoni.

Vanessa Pimentel

Publicado em 04/02/2018 às 09:23

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Os capítulos trazem informações sobre a biodiversidade e conservação dos manguezais, por exemplo. / Divulgação/Marcelo Pinheiro

Você sabia que as raízes da vegetação existente no mangue se projetam em direção à atmosfera porque o solo é escasso em oxigênio? E que aquele cheiro forte, similar ao do ovo podre em decomposição, é proveniente da grande quantidade de sulfeto de hidrogênio?

Portanto, se você é um daqueles que dizem que o mangue é sujo apenas porque o odor não é agradável, vale a pena ler o E-book “Educac?a?o Ambiental sobre Manguezais”, lançado na semana passada pela UNESP Câmpus do Litoral Paulista (CLP), em São Vicente. O conteúdo pode ser baixado gratuitamente no site www.crusta.com.br. Até a última quinta-feira, a plataforma já havia contabilizado mais de 480 downloads.

A publicação conta com cinco capítulos redigidos por 12 autores e foi organizada pelos professores Marcelo Pinheiro e Ana Carolina Talamoni. Os textos são de fácil entendimento e desmistificam o mangue ao deixar clara a importância deste ecossistema presente, principalmente, na Baixada Santista.

“O livro é um compilado do material levantado pela universidade através de trabalhos que não foram publicados; resultados de pesquisas; TCC’s; monografias. Adaptamos os textos em uma linguagem atraente para que qualquer pessoa consiga entender e aguçar a visão sobre os mangues”, explica Marcelo.

Os capítulos trazem informações sobre a biodiversidade e conservação dos manguezais; histórico da educação ambiental e sua relevância; educação ambiental nas escolas de São Vicente; atividades práticas; e as lendas e crendices populares que rondam os manguezais.

“Existem poucos livros de educação ambiental - nenhum específico de manguezais - então nós procuramos reunir todas essas informações numa única obra”, detalha Marcelo.

Para Ana Carolina, a leitura trará, principalmente aos professores, uma ampla base sobre o tema e facilitará as atividades de educação ambiental em sala de aula. 

Educação Ambiental

A UNESP realiza desde 2001 um projeto de extensão que tem como objetivo levar a educação ambiental para escolas de ensino fundamental de São Vicente.

Os resultados deste projeto estão no livro e ressaltam a importância de ensinar as crianças como o comportamento humano afeta a natureza.

“Existe uma política nacional de educação ambiental que obriga que o tema seja trabalhado em sala de aula, mas é um tema transversal, ou seja, não pode compor o currículo da escola. Então, a responsabilidade de trabalhar o assunto acaba ficando para o professor de Ciências, que atribulado pelo conteúdo da grade curricular obrigatório, acaba passando pelo assunto de forma superficial”, explica Talamoni.

“É necessário desenvolver a ética nas crianças e nos jovens para a preservação do planeta, mas não se vê essa cultura. Muitas vezes os próprios professores não tem o preparo adequado em sua formação”, acrescenta. 

E a discussão sobre o meio ambiente em sala de aula pode ficar ainda mais fraca. Segundo Carolina, com a aprovação da Base Nacional Comum Curricular, a Educação Ambiental cai assim como todos os temas transversais, por exemplo: ética, a saúde, a orientação sexual e a pluralidade cultural.

“A gente não sabe como isso vai se refletir dentro da escola porque não serão mais temas obrigatórios”. Vale lembrar que, num prazo de 25 anos de atividades na Baixada Santista, cerca de 50% da área manguezal foi suprimida.

Social

Outro tema que anda lado a lado com o meio ambiente é a questão social. Por isso, Carolina explica que é preciso todo um cuidado na hora de conversar com os alunos das escolas públicas da Região, já que muitos moram em ocupações irregulares em áreas de manguezal.

“Às vezes, você vai dar uma palestra em uma escola e a foto que representa o impacto negativo no mangue é uma palafita – casa de um aluno que está assistindo. Então é preciso ver formas de passar as questões ambientais sem ofender ninguém, porque eles são parte do problema, mas a culpa não é deles”, esclarece a professora.

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