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Santos

Obra abandonada preocupa moradores do Gonzaga

Com apenas esqueleto construído, prédio acumula água da chuva; previsão de entrega era 2011

Da Reportagem

Publicado em 18/02/2016 às 09:44

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Água da chuva acumula nos andares e permanece ali por dias / Luiz Torres/DL

A construção do Riviera Residence Service, na esquina da Avenida Ana Costa com a Rua Luís de Faria, no bairro do Gonzaga, em Santos, não tem causado dores de cabeça apenas para aqueles que compraram uma unidade no local.

Com prazo de entrega para fevereiro de 2011, a obra está parada desde 2012. Entretanto, o esqueleto do edifício tem gerado preocupação para quem mora próximo ao empreendimento: criadouros para o mosquito Aedes aegypti.

“Quando chove, os andares já enchem de água. Aquelas poças ficam ali por 10 dias e não secam”, comentou Flávio Rodrigues, que mora em um prédio próximo, na Avenida Ana Costa. Ele e outros vizinhos temem que o local seja um grande foco para proliferação do transmissor de doenças como a dengue, do zika vírus e da febre chikungunya.

Segundo Rodrigues, há pelo menos dois anos a cena se repete. A estrutura possui infiltrações, com isso, a água que acumula nos andares superiores vai, aos poucos, descendo para os pisos inferiores e acumulando água por dias.

“A Prefeitura tinha que fazer alguma coisa, notificar o proprietário do terreno, algo do tipo. Se somarmos as áreas de cada andar, é um espaço enorme e cheio de poças. É preciso dar um jeito”, disse Flávio.

O empreendimento está no local onde, antigamente, funcionava o Hotel Indaiá e o Cine Indaiá. O edifício começou a ser erguido em abril de 2009. A primeira paralisação das obras ocorreu em dezembro do mesmo ano, permanecendo assim até setembro de 2011. Em outubro daquele ano, os trabalhos foram recomeçados, mas duraram apenas por mais um ano, até nova paralisação, em setembro de 2012.

Atualmente, o caso se encontra na Justiça. Compradores de apartamentos do edifício abandonado já entraram com ação por danos morais e matérias. A construção também já foi temas de diversos requerimentos na Câmara de Santos.

Para quem trabalha em um prédio comercial ao lado da obra abandonada, a apreensão é maior. Funcionários relataram que diversos mosquitos aparecem no edifício e suspeitam que eles venham do terreno ao lado.

“Uma das grandes preocupações que temos é porque o zika tem se espalhado e temos uma grávida trabalhando na recepção”, explicou uma funcionária da empresa CPFL, temendo o vírus relacionado aos diversos casos de microcefalia registrados no País.

Outra questão citada pelos funcionários é a presença de entulho espalho pelo terreno. “Está tudo aí parado, ninguém sabe o que vai acontecer. Eles deveriam demolir tudo isso e limpar o terreno”, comentou uma funcionária.

Resposta

Questionada sobre a situação envolvendo a obra do Riviera Residence Service, a Prefeitura de Santos respondeu que já esgotou todas as providências administrativas quanto à obra localizada na Avenida Ana Costa, esquina com a Rua Luís de Faria. Ela se encontra parada devido à falência da construtora e o esqueleto do edifício não oferece risco.

Mediante reclamação apresentada pela reportagem, um fiscal da Prefeitura irá fazer nova vistoria no local, para verificar a situação e tomar as providências necessárias.

Com relação a questão da dengue periodicamente, a Administração informou que uma equipe de controle de vetor faz a vistoria completa dos 17 pavimentos da obra. A última vistoria, realizada no início deste mês, eliminou focos com larvas. Simultaneamente, o vigia que trabalha na obra é orientado pela equipe a realizar a manutenção do local.

Por fim, a Prefeitura destacou que age mediante denúncias que devem ser feitas na Ouvidoria Municipal, por meio da linha gratuita 0800-112056 ou pelo aplicativo para celular Colab.re , disponível para download no site da Prefeitura.

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