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Política

'Mongaguá está na mesmice há 50 anos', afirma Fernando Felizi

Segundo ele, os outros candidatos fazem parte de uma mesma linha política e que sua candidatura é que promoverá a mudança que o município precisa

Carlos Ratton

Publicado em 26/10/2018 às 08:40

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'É preciso um projeto alternativo e eu represento esse projeto' disse / Rodrigo Montaldi/DL

Jornalista, 31 anos e representando o Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Felizi diz que os outros três candidatos a prefeito de Mongaguá - Rodrigo Casa Branca (PSDB), Ranato Donato (PSB) e Gilmar Aguiar Freitas, o Corinthiano (Pros) – fazem parte de uma mesma linha política e que sua candidatura é que promoverá a mudança que o município precisa. Confira trechos da entrevista:

Diário – Você sabe da dificuldade que sempre o PT teve no Litoral Sul para conquistar uma Prefeitura, não?

Fernando Felizi – Já tivemos demonstrações de força com vereadores em Peruíbe e Itanhaém. Em Mongaguá, o partido está se reestruturando e, com certeza, sairemos dessa eleição mais fortes do que entramos.

Diário – Você nunca se candidatou. Por que justamente almeja o cargo de prefeito?

Felizi – É minha primeira candidatura em tudo. Dois projetos estão sendo colocados na Cidade. Um do PSB (Renato Donato) e outro do PSDB (Rodrigo Casa Branca). Ambos discutem propostas sob o crivo de um mesmo grupo e plataforma política. Eles afirmam ser diferentes mas, na verdade, são iguais. O Donato representa o pessoal ligado ao Márcio Cabeça e o Paulo Wiasowisk e, do outro, o Casa Branca que já esteve ao lado de Márcio Cabeça e Artur Parada Prócida. O Corinthiano (Gilmar Aguiar Freitas) fez parte das duas administrações anteriores. Mongaguá está na mesmice há 50 anos. Com esses escândalos recentes, é preciso  um projeto alternativo e eu represento esse projeto, dentro de um campo progressista, que não existe em Mongaguá.

Diário – Você acredita numa virada de mentalidade política diante da rejeição atual ao PT?

Felizi – A crise não é por conta do PT, mas é política. Existe um número enorme de pessoas que não quer saber mais de política. Não quer saber de partido. Há uma rejeição à política. Por outro lado, houve um verdadeiro massacre do ponto de vista judiciário e midiático em cima do PT. No entanto, temos conversado com as pessoas e, aos poucos, estamos conseguindo demonstrar que ainda somos diferentes, que pensamos diferente. Sou formado em jornalismo e nunca tive envolvido em escândalos. Tenho um bom currículo a oferecer. Novo e diferente sou eu.

Diário – Qual será a marca de seu governo?

Felizi -  Tenho uma preocupação muito grande em gerar emprego. Quando você fomenta emprego, gera renda e aumenta a economia local. Nosso comércio está com muitas dificuldades para se manter. A questão turística do Município também não desenvolve. Nossa zona industrial que produz muito pouco por falta de incentivos. Temos que melhorar a infraestrutura e sermos atrativos à iniciativa privada. Hoje, a maior empregadora da cidade é a Prefeitura. As pessoas não conseguem se emancipar.

Diário – Qual outro problema grande da Cidade?

Felizi – Falta de moradias. Existe muitas ocupações irregulares que precisam ser regularizadas. Enquanto isso não ocorre, as pessoas não têm segurança jurídica. Ficam intranquilas pois, de uma hora para outra, podem ser removidas de casa. Além disso, sem regularização fundiária, a Prefeitura não pode providenciar serviços essenciais, não pode construir creches, postos de saúde, enfim. Vou fomentar projetos de casas populares para diminuir nosso déficit habitacional que está na casa dos 14%. Muito alto.

Diário – Saúde é prioridade?

Felizi – Sim. Tivemos graves denúncias e início de investigações relacionadas a desvios de insumos e equipamentos. Temos um grande gargalo na saúde, que sofre por conta de má gestão. Não se investe em saúde preventiva em Mongaguá. Então, tudo fica mais caro. Precisamos, inclusive, agir na questão do saneamento básico, que também afeta a saúde da população. Não temos ainda um Ambulatório Médico de Especialidades (AME), nem um pronto-socorro infantil.

Diário – Em termos administrativos, alguma falha que precisa ser corrigida.

Felizi – Falta transparência dos atos do Executivo. Nosso portal da transparência não funciona. Não existe um órgão regulador para acompanhar desde a licitação até a execução do serviço. Vamos criar a Controladoria Geral e alimentar o portal diariamente, para que os cidadãos e a própria Imprensa tenha como fiscalizar. Vamos procurar saber quem ocupa cargo comissionado e quanto ganha. A população precisa saber tudo isso.

Diário – Você pretende fazer uma auditoria?

Felizi – É importante fazer. Quero saber o que acorreu administrativa e financeiramente nos últimos meses. Temos que saber porque foi gasto, como foi gasto e seus responsáveis.

Diário – Você acredita que terá oposição na Câmara?

Felizi – O primeiro passo é fomentar, de fato, a independência da Câmara. Os poderes tem que ser independentes e harmônicos. O diálogo vai existir e a população vai ser convocada. Vamos tentar trazer o mongaguaense para dentro da política, para que ele fiscalize e ajude a governar.

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