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'Me sinto aliviada, com sensação de dever cumprido', diz Janaína Paschoal

À reportagem a advogada fez cobranças ao presidente interino Michel Temer (PMDB-SP), que toma posse definitivamente nesta quarta-feira (31)

Folhapress

Publicado em 31/08/2016 às 17:30

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'Me sinto aliviada, com sensação de dever cumprido', diz Janaína Paschoal / Agência Brasil

Depois de quase nove meses, desde que o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acatou o pedido de impeachment de Dilma Rousseff, a advogada Janaína Paschoal, coautora do pedido juntamente com Miguel Reale Jr. e Hélio Bicudo, disse que pode, "enfim, respirar", com a aprovação do impeachment da petista no Senado.

À reportagem a advogada fez cobranças ao presidente interino Michel Temer (PMDB-SP), que toma posse definitivamente nesta quarta-feira (31).

A senhora entrou para a história como coautora de um processo que levou à cassação de Dilma Rousseff. Está feliz com isso?

Janaína Paschoal - Me sinto aliviada, com a sensação de dever cumprido. Estávamos em um rumo muito ruim, a falta de transparência era vista como algo natural. A confirmação do afastamento só provou que estávamos certos e que não se pode fazer qualquer coisa para conseguir uma eleição, que foi o que aconteceu. Só fizeram os cortes [de gastos] em 2015, tomaram dinheiro dos bancos e não contabilizaram. O resultado é um recado claro para a nação de que não se pode fazer qualquer coisa para permanecer no poder.

A senhora ficou muito marcada durante esse processo e foi alvo de militantes ligados à ex-presidente. Espera ser ainda mais hostilizada agora?

Acho natural que a hostilização tenha vindo dessa ala naquele momento. O que eu senti até dos petistas mais próximos é que, em nenhum momento, eles acreditaram que o impeachment aconteceria. Olhavam pra mim e riam. Agora é realidade e quero crer que não serei mais hostilizada por isso. O Senado julgou de forma soberana nos termos da Constituição.

Qual sua avaliação sobre a decisão de cassá-la, mas permitirem que ela exerça função pública?
O Senado decidiu de forma soberana pelo afastamento e, depois, levando em consideração as falas de que a presidente queria dar aulas decidiu, me parece, por uma questão humanitária, decidiram não retirar os poderes de exercer funções públicas. Isso também de forma soberana. Então, da mesma maneira que eu acho legítima a primeira decisão, não criticarei a segunda.

Acredita que segunda decisão permite que Dilma possa se candidatar em 2018 e que isso ajuda Eduardo Cunha, que também passará por rito semelhante?
Entendo que ela não pode se candidatar devido à Lei da Ficha Limpa. Porém, outras pessoas podem eventualmente levar essa decisão para seus casos concretos. Mas teria de analisar os detalhes do caso [de Eduardo Cunha].

Depois desse processo todo, que recado deixa para o presidente Temer?
Ele me deve o seu melhor. Ele me deve ser o maior presidente de todos os tempos.

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