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Política

Alckmin busca alternativa a Doria para SP

A equipe do governador perdeu a confiança no prefeito, cujos aliados tampouco apostam na boa vontade de alckmistas para projetos políticos comuns

Folhapress

Publicado em 18/08/2017 às 12:30

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O próprio Alckmin diz com frequência, segundo interlocutor, que não recomenda a renúncia de prefeito em primeiro mandato / Alexandre Carvalho/A2 Imagem

Com a relação azedada com o prefeito paulistano, João Doria, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, conversa sobre a disputa à sua sucessão com o genro do empresário Abilio Diniz, o cientista político Luiz Felipe D'Ávila, que se filiou ao PSDB na quarta-feira (16) e se colocou como pré-candidato.

Próximos há anos, Alckmin e D'Ávila estiveram juntos na semana passada para tratar de 2018. Na ocasião, o governador afirmou, segundo apurou a reportagem, que D'Ávila se encaixa no perfil de quadros desejáveis para renovar a sigla. Foi, todavia, cauteloso, ao dizer que nomes tradicionais podem entrar na disputa.

A negociação, oficialmente tocada pelo presidente estadual do PSDB, Pedro Tobias, é mais um passo para cercar Doria. Movimentando-se para conseguir a vaga de presidenciável, almejada por Alckmin, o prefeito era apontado como nome forte para concorrer ao governo paulista e um ótimo cabo eleitoral.

Mas, diante da avidez de Doria, a equipe de Alckmin perdeu a confiança no prefeito, cujos aliados tampouco apostam na boa vontade de alckmistas para projetos políticos comuns.

Um auxiliar do governador afirmou que "perdeu a graça" trabalhar por uma possível candidatura estadual de Doria. Outro aliado disse que, sendo um bom prefeito de São Paulo, Doria contribuirá para não fomentar críticas ao PSDB e manterá a qualidade de cabo eleitoral.

O próprio Alckmin diz com frequência, segundo interlocutor, que não recomenda a renúncia de prefeito em primeiro mandato.

Contribuiu para acirrar a animosidade entre as equipes o vídeo divulgado por Doria no domingo (13), em que ele reafirma a lealdade ao governador, que o lançou na política. Alckmistas disseram que o governador foi pego de surpresa com a iniciativa e não conseguiu se desvincilhar. O resultado foi visto como constrangedor pela artificialidade e por comentários contra a candidatura presidencial de Alckmin nas redes.

A eventual candidatura de Luiz Felipe D'Ávila contempla a mesma argumentação sustentada para lançar Doria. Casado com Ana Maria Diniz, filha de Abilio, D'Ávila seria, como Doria foi na eleição de 2016, um "outsider" com discurso de renovação da classe política tradicional.

Além disso, ele tem entrada no meio empresarial, do qual já esboçou ser uma espécie de porta-voz. Em maio, o Centro de Liderança Pública (CLP), que fundou, lançou a campanha Apoie a Reforma, para pressionar deputados a aprovarem as mudanças na Previdência.

As relações do cientista político com o governador paulista passam por seu irmão Frederico D'Ávila (PP), que foi assessor e continua ligado ao tucano. O cientista político, que foi filiado ao PSDB até 2008, quando fundou o CLP, também esteve recentemente com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador José Serra (PSDB).

Pedro Tobias, disse que D'Ávila seria um "excelente candidato", mas da mesma forma elogiou outros nomes como o de David Uip, secretário estadual da Saúde.

Também aparecem como potenciais candidatos José Serra, José Aníbal e o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando. "Nós temos para todos os gostos", desconversou Tobias.

Aliado de Doria, Morando disse que "99,9% dos tucanos não sabem nem quem [D'Ávila] é. Balão de ensaio. Com tanta gente que o PSDB tem, esquece". Referindo-se a Doria, afirmou que "é diferente lançar como novo um cara da TV e presidente do Lide [grupo empresarial]".

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