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Polícia

Morte de policial é esclarecida com uso de drone em Santos; 4 são presos

Polícia Civil mapeou a estrutura do tráfico de drogas no Morro São Bento para chegar aos acusados

Gilmar Alves Jr.

Publicado em 29/03/2018 às 19:21

Atualizado em 21/04/2021 às 23:27

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Imagem captada por drone durante a investigação / Reprodução

Uma operação da Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (29) quatro acusados pelo assassinato a tiros, em fevereiro, do papiloscopista João Ferreira de Moura Junior, de 48 anos, que era lotado no 7º DP de Santos (Gonzaga).  De acordo com a investigação, a ordem para matar Moura Junior, no Morro São Bento, partiu de lideranças do tráfico daquele local, em retaliação a uma ação policial dois dias antes da qual a vítima não participou , quando um criminoso foi baleado em uma perseguição.

O papiloscopista frequentava o São Bento para ir à casa da namorada e sua execução foi determinada porque ele "virou um alvo fácil", segundo a polícia, para "se atingir o Estado".

Para identificar os envolvidos, o Setor de Homicídios da Delegacia Especializada Antissequestro de Santos (Deas) usou um drone para mapear a estrutura do tráfico de drogas no trecho do Morro São Bento onde a vítima foi rendida. Diversas diligências em campo também foram realizadas na investigação. Há dois acusados foragidos, segundo a polícia.

Moura Junior foi rendido na madrugada de 28 de fevereiro após sair da casa da namorada. Ele desceu um trecho do morro a pé e seguia em direção ao local onde havia parado o carro, um Chevrolet Blazer, quando foi rendido, segundo a investigação.

"Ele foi arrastado até o carro dele, desceram o morro e quase na entrada do túnel, no estacionamento de uma loja (no Jabaquara), o carro parou e ele foi alvejado", informou o delegado Renato Mazagão Júnior, titular da Deas.

Conforme a investigação, comandada por Mazagão e pelo investigador Marcelo Canuto, três homens participaram diretamente da execução: Cícero Santana Junior, o Bigode, preso hoje, Flávio José Ramos Junior, o NK, foragido, e um outro homem ainda não identificado.

De acordo com Mazagão, os executores contaram com autorização de lideranças do tráfico naquela região. A investigação apontou que participaram do planejamento do crime Edson Dias do Nascimento, o Eto, Anderson Teotônio da Silva, o Dedê, Taylor Luiz de Jesus Santos, o Taylor os três presos quinta  e Mario Bruno Vieira dos Santos, o MM, que está foragido.

A polícia não divulgou o conteúdo dos interrogatórios dos acusados, afirmando que a investigação ainda está em andamento.

O Diário do Litoral não obteve, até a noite desta quinta, informações sobre os advogados dos acusados para posicionamentos.

Apreensões

Durante a operação, os policiais apreenderam entorpecentes no Morro São Bento. Uma das apreensões, de 12 quilos de maconha, entre outros entorpecentes, ocorreu na casa de Gicele Martins Pinto, mulher de um homem que era alvo de busca e não foi localizado na diligência. Gicele foi autuada por tráfico e recolhida à cadeia.

As apreensões de entorpecentes contaram com apoio do Canil da Guarda Municipal de Santos.

Polícia Civil deu resposta importante à população, diz delegada

A diretora em exercício da Polícia Civil na Baixada Santista e Vale do Ribeira, delegada Elizabeth Lins, afirmou que foi dada uma resposta importante à população, incluindo policiais.

Elizabeth definiu o crime como "ação covarde" e disse que a polícia teve a mesma dedicação na investigação que teria se a vítima não fosse policial.

"Qualquer pessoa que seja vítima de criminosos recebe da Polícia Civil exatamente a mesma atenção", frisou.

Conforme destacou a delegada, a execução de um agente de Estado atinge duplamente as pessoas. "Significa que a ousadia do criminoso está avançando. E nós não queremos permitir isso e não permitiremos nunca. Jamais avançaremos os limites da lei. Sempre agiremos, como estamos agindo, no limite da lei. Mas sempre daremos a resposta que a lei determina, que a lei exige e que a sociedade espera", afirmou Elizabeth.

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