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Polícia

Helicóptero usado em mortes do PCC é apreendido

Aeronave foi usada no assassinato de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca

Da Reportagem

Publicado em 01/03/2018 às 21:08

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Helicóptero apreendido pela polícia pertence ao piloto Felipe Ramos Moraes / Divulgação

Policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) apreenderam hoje (1) o helicóptero usado no assassinato de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, apontados como as maiores lideranças soltas do Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime aconteceu em 15 de fevereiro na reserva indígena Jenipapo Kanindé, em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza.

Segundo o Deic, o helicóptero e outra aeronave apreendida pela polícia pertencem ao piloto Felipe Ramos Moraes, suspeito de ter se envolvido na morte dos dois integrantes da facção criminosa. Os policiais encontraram também duas lanchas em marinas de Santos e de Guarujá, que seriam de Moraes.

Na manhã de quarta-feira, policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Santos revistaram um apartamento no edifício Solaris, na praia das Astúrias, alugado por Moraes. Os policiais  tinham informações que o apartamento era usado como depósito de armas e se deslocaram para o imóvel com mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça. Não foi encontrado armamento, mas documentos foram recolhidos.

O duplo homicídio

Os dois mortos no Ceará haviam comprado nos últimos meses quatro imóveis no Estado, incluindo uma casa no condomínio Alphaville, em Aquiraz. Só ali a dupla gastou R$ 2 milhões. Paca passou férias em Fortaleza em 2017. Ele e Gegê fretaram um ônibus para levar os familiares até Fortaleza. Depois, despediram-se dos familiares - que apanharam o ônibus - e embarcaram no helicóptero.

A aeronave havia saído de São Paulo, levando pelo menos cinco homens. O piloto seria Moraes. Os demais integrariam a facção. A inteligência da polícia acredita que o grupo tenha partido para o Ceará já com a missão dada pela cúpula para matar os chefes.

Depois do embarque em Fortaleza, o helicóptero pousou em Alquiraz, onde os dois foram executados. Gegê e Paca levaram tiros no rosto e facadas nos olhos. Era um recado: demonstraram ter olho grande demais.

Terror na entrada de hotel

Em 22 de fevereiro, o chefe do PCC na Baixada Santista, Wagner Ferreira da Silva, conhecido como Waguininho ou Cabelo Duro, foi executado com tiros de fuzil na entrada de um hotel na zona leste de São Paulo. Duas hóspedes também foram baleadas, mas sobreviveram.

Conforme apurou a Polícia Civil, Waguininho estava no helicóptero que partiu para o Ceará para a dupla execução. Horas antes de ser morto, ele teve a prisão temporária decretada pela Justiça do Ceará sob a suspeita de ter participado do crime.
Vingança e queima de arquivo são hipóteses sob investigação para a execução de ­ ­Waguininho.

 

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