11 de Maio de 2024 • 00:30
Fernanda foi esganada por suspeito após discussão / Reprodução/Facebook
O técnico Sergio de Souza Cerqueira, de 35 anos, confessou que matou a ex-mulher, a estudante universitária Fernanda Pimenta Cerqueira, de 37 anos, após uma discussão na casa do suspeito, em Guarujá.
A informação foi confirmada pelo delegado Luiz Ricardo Lara Dias Júnior, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Santos. “Ele alegou que por ciúmes, traição e alguns descontentamentos durante a vida conjugal, teve discussão com a vítima, jogou-a no chão, e a esganou. Depois colocou o corpo da vítima no porta-malas do carro e levou até a Rodovia Rio-Santos”.
Segundo Lara, após confessar o crime, Sergio demonstrou arrependimento. Ele deve responder por homicídio triplamente qualificado. “Seja pela asfixia, uma vez que a vítima foi esganada. Seja pela impossibilidade de defesa da vítima, que foi chamada ao local que era de convívio do casal, e ali foi surpreendida. E também pela nova lei, promulgada recentemente, a questão do feminicídio. Uma vez que tinham uma união constituída com filhos e, neste caso, fica também caracterizado a violência doméstica. Portanto, três qualificadoras permeiam a ação criminosa perpetrada por Sergio, além da ocultação do cadáver, uma vez que o corpo foi deixado as margens da rodovia”, explicou o delegado.
O suspeito está sob custódia, de 30 dias, no 1ª Distrito Policial de Guarujá. Caso seja decretada a prisão preventiva, o ex-marido será levado para o Centro de Detenção Provisória de São Vicente.
Investigação
O desaparecimento da estudante de Direito Fernanda Pimenta Cerqueira foi registrado em boletim de ocorrência no último dia 15. As investigações ficaram a cargo da DIG de Santos, coordenação do Investigador Chefe Paulo Carvalhal e delegado Luiz Ricardo Lara Dias Júnior.
Após diligências de campo, a Polícia Civil identificou que o ex-marido Sergio de Souza Cerqueira tinha sido a última pessoa a ter contato com Fernanda, no dia e horário do desaparecimento.
O suspeito foi levado até a delegacia onde, em um primeiro depoimento, negou qualquer envolvimento no sumiço da ex-mulher. Ele teria recebido a universitária em casa e tido um breve diálogo, e logo depois, ela saiu.
Entretanto, segundo o delegado, após novas diligências a Polícia Civil “por meio de provas testemunhais e periciais pode demonstrar, categoricamente, nas investigações que Fernanda, tão logo entrou na casa do ex-marido, de lá ela nunca mais saiu”.
Durante as investigações também foram encontradas amostras de sangue e cabelo da vítima no porta-malas do carro do suspeito. Com isso, o Poder Judiciário expediu uma custódia cautelar e Sergio foi detido na última sexta-feira (22).
Mesmo com as amostras coletadas no veículo do suspeito, o ex-marido seguiu mantendo a versão inicial. A confissão só veio após o corpo de Fernanda ser encontrado no Iriri, na Área Continental de Santos, às margens da Rodovia Rio-Santos. As roupas e tatuagens auxiliaram a Polícia a identificar o corpo, já em estado avançado de decomposição, como o da universitária.
Durante os 30 dias de custódia, a Polícia Civil espera encontrar mais provas para “robustecer o inquérito”. No entanto, Lara ressaltou que, no momento, “não existem pontos discrepantes entre a confissão e o que há produzido no inquérito policial”.
Crime
De acordo com depoimento, o suspeito disse que estava separado da ex-mulher há cinco meses. Ele permaneceu com o imóvel do casal, enquanto a estudante se mudou para outro apartamento.
No dia do crime, Sergio foi até a residência de Fernanda para entregar um suporte para micro-ondas. Na sequência, a vítima pediu carona ao suspeito, já que ia para uma costureira, perto da casa do técnico.
O delegado contou que, após a carona, Fernanda entrou na casa do ex-marido para tratar de assuntos familiares. “Segundo Sergio diz, eles tem um filho que passa férias na casa dos pais paternos, e eles combinavam que no dia seguinte, por volta das 5 horas, iriam buscar o filho em Itapeva, no interior de São Paulo, onde a família reside, para buscá-lo”.
Mas, durante o diálogo, houve uma discussão entre os dois. Neste momento, o ex-marido jogou Fernanda no chão e a esganou até a morte.
Lara acredita que a notícia de que a vítima poderia estar em um outro relacionamento possa ter sido o estopim para o crime. “Sergio tinha uma obsessão pela ex-mulher. Sempre insistia na retomada do casamento, da família. Talvez a notícia de que Fernanda tinha iniciado uma nova relação afetiva tenha sido o estopim para que Sergio cometesse o crime”.
Entretanto, o delegado descartou que houvesse premeditação por parte do suspeito. Ele também não confirmou que Fernanda tivesse traído o então marido durante o casamento. “Existem notícias que Fernanda, após o divórcio, mantinha relação afetiva com outra pessoa, o que teria sido estopim para a prática do crime. É incerto se o relacionamento teve início antes do divórcio consensual”.
O corpo de Fernanda foi encontrado com mutilações. Entretanto, o suspeito negou o ato. Lara também disse que qualquer conclusão é prematura neste momento. “O exame necroscópico ainda não foi concluído. É certo que o corpo ficou as margens da rodovia, na mata, por 10 dias. Talvez a ação do tempo, as intemperes climáticas dessa época e a própria ação de animais tenham contribuído de certa forma para a secção de partes do corpo”.
Por fim, Luiz Ricardo Lara Dias Júnior ressaltou o trabalho feito pela equipe da DIG. “A Policia Civil conseguiu desmontar todo álibi que ele havia construído nos depoimentos que antecederam a sua custódia cautelar. Foi exatamente em cima desse álibi que a Polícia conseguiu todo lastro probatório e a consequente decretação da prisão pelo Poder Judiciário”.
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