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O Santista

Novos hábitos alimentares aquecem setor de alimentação saudável

Nos últimos cinco anos, as vendas avançaram a uma taxa média de 12,3% ao ano, enquanto no resto do mundo o percentual ficou em torno de 8%

Rafaella Martinez

Publicado em 16/07/2018 às 10:31

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Nos últimos cinco anos, as vendas no Brasil avançaram a uma taxa média de 12,3% ao ano, enquanto no resto do mundo o percentual ficou em torno de 8% / Rodrigo Montaldi/DL

“Em cada esquina está abrindo uma loja de alimentação saudável, justamente para ensinar que a comida pode ser o melhor remédio”, a reflexão é de Fabiana Ferreira, supervisora do Terra Madre, empório de produtos orgânicos e naturais no Gonzaga.

A visão de Fabiana é justificável: de acordo com a agência de pesquisas Euromonitor Internacional, a busca crescente por uma alimentação mais natural, orgânica e livre de aditivos químicos tem chamado a atenção de empreendedores dispostos a investir, uma vez que o crescimento do comércio de alimentos naturais impressiona no Brasil. 

Nos últimos cinco anos, as vendas avançaram a uma taxa média de 12,3% ao ano, enquanto no resto do mundo o percentual ficou em torno de 8%. Ainda de acordo com a agência, o mercado de alimentos saudáveis deverá movimentar R$ 63,5 bilhões em 2018 no Brasil, alta de 0,8% em relação ao ano passado.

O estudo da consultoria contempla todos os produtos que tenham “ingredientes não saudáveis suprimidos ou reduzidos, suplementos, livres de glúten ou lactose, com características saudáveis adicionadas e orgânicos.”

Inaugurada em março,  Terra Madre aposta na diversidade desses produtos para atender, além dos que buscam por conta própria a mudança de hábitos, pessoas com restrições alimentares que até pouco tempo não encontravam espaço nas prateleiras dos supermercados convencionais.

Foi pensando nos problemas alimentares de familiares que Fátima Borges, sócia-proprietária do Terra Madre, decidiu investir no setor.  “Minhas duas filhas passaram a ser intolerantes à lactose depois de adultas e minha sobrinha nasceu com uma séria alergia, além de a minha mãe ser diabética há muitos anos.

Isso tudo restringe o tipo de alimentação que elas podem comer e percebi que era possível investir nesse segmento e garantir mais saúde para todos”, conta.

No espaço - ao mesmo tempo uma boutique e um supermercado saudável – são comercializados também alimentos orgânicos, produzidos sem o uso de agrotóxicos. “Nossa ideia é disseminar cada vez mais a alimentação saudável até ela se tornar acessível para todos, afinal, quanto mais venda, mas em conta fica o preço”, finaliza.

Uma alimentação saudável vai além da contagem de calorias, índices de gordura e glúten. Ela engloba refeições frescas e leves e acima de tudo uma mudança de cultura e comportamento da sociedade moderna, que na rotina corrida ainda insiste em se alimentar de fast foods e comidas industrializadas.

De acordo com a nutricionista Vanessa Borelli, uma alimentação saudável se baseia em quatro pilares: variedade, moderação, equilíbrio e qualidade. “Essa combinação é essencial para que nosso corpo funcione adequadamente para realizar todas as funções. Isso não significa comer pouco, mas comer as quantidades corretas dos sete grupos alimentares: cereais e tubérculos; hortaliças e vegetais; frutas; leite e derivados; leguminosas; carnes e ovos; gorduras e óleos”, afirma.

Delivery vegano em Santos

O desemprego e a afinidade com a cozinha foram os motivos que levaram Gabriel Ardanuy a preparar e revender produtos veganos. Hambúrgueres de soja, berinjela, grão de bico, lentilha e feijão fradinho, bem como nuggets de quinoa e maionese de semente de girassol compõem o cardápio produzido e comercializado via redes sociais por sua empresa, a Bida Vegan.

Em operação desde outubro de 2016, a ideia principal é oferecer um cardápio variado para quem optar - como Gabriel - pelo veganismo, além de desmistificar a ideia de que mudar os hábitos alimentares custa caro. “Sempre gostei de cozinhar e já havia sido vegano antes, mas um dos maiores problemas que encontrava era a falta de opções para comer fora e a dificuldade em variar os pratos quando estava em casa. Fui buscando referências na internet e criando minhas próprias combinações de receitas e o desemprego foi o pontapé inicial para fazer disso um negócio”, conta.

De acordo com ele, a maior parte de sua clientela não é composta por veganos ou vegetarianos e sim por curiosos em experimentar o cardápio – e que voltam após aprovar as opções. Ele afirma que a mudança de estilo de vida fez bem para o bolso e para a saúde. “Eu era pré-diabetico e tinha o colesterol alto antes de começar a pensar uma alimentação diferente. Esse ano refiz meus exames e recebi elogio do médico, pois minha saúde melhorou muito”, aponta.

Para quem abandonou a proteína animal

Para muitas pessoas, pensar em alimentação saudável é sinônimo de se enveredar pelos caminhos da dieta vegetariana e vegana. Embora a associação não se justifique 100% - afinal, determinados tipos de frituras podem ser consumidos livremente por esse público – a fartura no consumo de legumes e verduras por quem opta por esse estilo de vida é um dos motivos que reforçam essa teoria.

Proprietário há oito anos do Super Vegetariano - mais antigo restaurante do gênero em Santos, instalado há mais de 32 anos no Centro da cidade - Leonardo de Carvalho afirma que a procura pelo segmento tem crescido nos últimos anos.

“O público é fiel e percebo que a maior parte não é vegetariana, mas vê essa dieta como uma coisa boa. De um modo geral as pessoas estão em busca de uma alimentação mais saudável e a associação é fácil, pois priorizamos alimentos frescos, ampla variedade de legumes e verduras e o mínimo possível de industrializados no preparo”, conta.

5 dicas nutricionais para comer bem - e da maneira correta

Emoção e comida andam juntas, procure relaxar antes das refeições. Não se alimente quando nervoso, cansado ou agitado. E só se alimente nos horários estabelecidos. Coma devagar, mastigando bem.  Concentre-se naquilo que come, apreciando o sabor, aroma e textura dos alimentos. 

Fracione sua alimentação diária em pequenas refeições em horários regulares (em cinco a seis refeições), isso auxilia a reduzir o apetite. Afinal comer é a melhor forma de não sentir fome. 

Consumir grande quantidade de água durante o dia (para melhor eficácia do plano e bom funcionamento do intestino), sendo que, em horários de refeições o líquido deve ser evitado. Beba de 8 a 10 copos de 200 ml de água/dia entre as refeições (30 minutos antes e 1 hora após). 

Evite alimentos condimentados (catchup, molho inglês, shoyu, pimenta, sal, mostarda, maionese, enlatados, embutidos, azeitona, caldo de carne em cubos, gordura trans como, biscoitos recheados e bolos industrializados). 

Evitar excessos de: chocolate, refrigerante, café, chá preto e mate. A cafeína presente nestes alimentos pode causar um quadro de ansiedade levando à compulsão alimentar. 

 

 

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