24 de Abril de 2024 • 05:20
Nos últimos cinco anos, as vendas no Brasil avançaram a uma taxa média de 12,3% ao ano, enquanto no resto do mundo o percentual ficou em torno de 8% / Rodrigo Montaldi/DL
“Em cada esquina está abrindo uma loja de alimentação saudável, justamente para ensinar que a comida pode ser o melhor remédio”, a reflexão é de Fabiana Ferreira, supervisora do Terra Madre, empório de produtos orgânicos e naturais no Gonzaga.
A visão de Fabiana é justificável: de acordo com a agência de pesquisas Euromonitor Internacional, a busca crescente por uma alimentação mais natural, orgânica e livre de aditivos químicos tem chamado a atenção de empreendedores dispostos a investir, uma vez que o crescimento do comércio de alimentos naturais impressiona no Brasil.
Nos últimos cinco anos, as vendas avançaram a uma taxa média de 12,3% ao ano, enquanto no resto do mundo o percentual ficou em torno de 8%. Ainda de acordo com a agência, o mercado de alimentos saudáveis deverá movimentar R$ 63,5 bilhões em 2018 no Brasil, alta de 0,8% em relação ao ano passado.
O estudo da consultoria contempla todos os produtos que tenham “ingredientes não saudáveis suprimidos ou reduzidos, suplementos, livres de glúten ou lactose, com características saudáveis adicionadas e orgânicos.”
Inaugurada em março, Terra Madre aposta na diversidade desses produtos para atender, além dos que buscam por conta própria a mudança de hábitos, pessoas com restrições alimentares que até pouco tempo não encontravam espaço nas prateleiras dos supermercados convencionais.
Foi pensando nos problemas alimentares de familiares que Fátima Borges, sócia-proprietária do Terra Madre, decidiu investir no setor. “Minhas duas filhas passaram a ser intolerantes à lactose depois de adultas e minha sobrinha nasceu com uma séria alergia, além de a minha mãe ser diabética há muitos anos.
Isso tudo restringe o tipo de alimentação que elas podem comer e percebi que era possível investir nesse segmento e garantir mais saúde para todos”, conta.
No espaço - ao mesmo tempo uma boutique e um supermercado saudável – são comercializados também alimentos orgânicos, produzidos sem o uso de agrotóxicos. “Nossa ideia é disseminar cada vez mais a alimentação saudável até ela se tornar acessível para todos, afinal, quanto mais venda, mas em conta fica o preço”, finaliza.
Uma alimentação saudável vai além da contagem de calorias, índices de gordura e glúten. Ela engloba refeições frescas e leves e acima de tudo uma mudança de cultura e comportamento da sociedade moderna, que na rotina corrida ainda insiste em se alimentar de fast foods e comidas industrializadas.
De acordo com a nutricionista Vanessa Borelli, uma alimentação saudável se baseia em quatro pilares: variedade, moderação, equilíbrio e qualidade. “Essa combinação é essencial para que nosso corpo funcione adequadamente para realizar todas as funções. Isso não significa comer pouco, mas comer as quantidades corretas dos sete grupos alimentares: cereais e tubérculos; hortaliças e vegetais; frutas; leite e derivados; leguminosas; carnes e ovos; gorduras e óleos”, afirma.
Delivery vegano em Santos
O desemprego e a afinidade com a cozinha foram os motivos que levaram Gabriel Ardanuy a preparar e revender produtos veganos. Hambúrgueres de soja, berinjela, grão de bico, lentilha e feijão fradinho, bem como nuggets de quinoa e maionese de semente de girassol compõem o cardápio produzido e comercializado via redes sociais por sua empresa, a Bida Vegan.
Em operação desde outubro de 2016, a ideia principal é oferecer um cardápio variado para quem optar - como Gabriel - pelo veganismo, além de desmistificar a ideia de que mudar os hábitos alimentares custa caro. “Sempre gostei de cozinhar e já havia sido vegano antes, mas um dos maiores problemas que encontrava era a falta de opções para comer fora e a dificuldade em variar os pratos quando estava em casa. Fui buscando referências na internet e criando minhas próprias combinações de receitas e o desemprego foi o pontapé inicial para fazer disso um negócio”, conta.
De acordo com ele, a maior parte de sua clientela não é composta por veganos ou vegetarianos e sim por curiosos em experimentar o cardápio – e que voltam após aprovar as opções. Ele afirma que a mudança de estilo de vida fez bem para o bolso e para a saúde. “Eu era pré-diabetico e tinha o colesterol alto antes de começar a pensar uma alimentação diferente. Esse ano refiz meus exames e recebi elogio do médico, pois minha saúde melhorou muito”, aponta.
Para quem abandonou a proteína animal
Para muitas pessoas, pensar em alimentação saudável é sinônimo de se enveredar pelos caminhos da dieta vegetariana e vegana. Embora a associação não se justifique 100% - afinal, determinados tipos de frituras podem ser consumidos livremente por esse público – a fartura no consumo de legumes e verduras por quem opta por esse estilo de vida é um dos motivos que reforçam essa teoria.
Proprietário há oito anos do Super Vegetariano - mais antigo restaurante do gênero em Santos, instalado há mais de 32 anos no Centro da cidade - Leonardo de Carvalho afirma que a procura pelo segmento tem crescido nos últimos anos.
“O público é fiel e percebo que a maior parte não é vegetariana, mas vê essa dieta como uma coisa boa. De um modo geral as pessoas estão em busca de uma alimentação mais saudável e a associação é fácil, pois priorizamos alimentos frescos, ampla variedade de legumes e verduras e o mínimo possível de industrializados no preparo”, conta.
5 dicas nutricionais para comer bem - e da maneira correta
• Emoção e comida andam juntas, procure relaxar antes das refeições. Não se alimente quando nervoso, cansado ou agitado. E só se alimente nos horários estabelecidos. Coma devagar, mastigando bem. Concentre-se naquilo que come, apreciando o sabor, aroma e textura dos alimentos.
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O preço, portanto, permanecerá em R$ 5,25, valor que vigora desde fevereiro do ano passado