Após apagão, Doria nega mais verba ao Pacaembu e defende privatização

O prefeito isentou sua gestão de responsabilidade na queda de energia durante o jogo, a terceira no ano em uma partida de futebol

5 MAR 2018 • POR • 15h51
Sobre os geradores do Pacaembu que não funcionaram no clássico, a responsabilidade por eles são dos clubes que fazem a locação do local, de acordo com o prefeito - Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

O prefeito de São Paulo, João Doria, falou sobre o apagão que paralisou por quase uma hora o clássico entre Santos e Corinthians, no Pacaembu, no domingo (4), em evento realizado no início da tarde desta segunda-feira (5).

O prefeito isentou sua gestão de responsabilidade na queda de energia durante o jogo, a terceira no ano em uma partida de futebol, e argumentou que o problema do local é de gestões anteriores e da idade do estádio, e deu como solução para o fim do recorrente inconveniente a concessão do Pacaembu à iniciativa privada.

"O Pacaembu não foi construído na nossa gestão. Não é um problema dessa gestão, é um problema histórico. A solução é a privatização, isso é muito claro. É um estádio que precisa de manutenção, de altíssimos investimentos, não só em energia. O estádio exige recursos que a Prefeitura não dispõe e não está disposta a colocar, além dos recursos para garantir minimamente o seu funcionamento.

"Em agosto do ano passado, a Câmara Municipal aprovou, por 42 votos favoráveis -12 contrários-, projeto de lei sobre o assunto, enviado pelo próprio prefeito.

Segundo João Doria, o próximo passo para repassar o estádio à iniciativa privada deve ocorrer em 24 de abril, com a publicação de um edital de concessão.

"São vários candidatos, consórcios e empresas que vão disputar. E quem vencer terá por obrigação a modernização do estádio, tecnologia, eficiência e a colocação de geradores definitivos", disse.

A gestão João Doria projeta uma economia anual de pelo menos R$ 576 milhões de recursos públicos com a concessão e venda de equipamentos no âmbito de seu programa de privatizações, que inclui também parques, cemitérios e terminais de ônibus.

Sobre os geradores do Pacaembu que não funcionaram no clássico, a responsabilidade por eles são dos clubes que fazem a locação do local, de acordo com o prefeito.

Ele também afirmou que a queda de energia é um problema recorrente na região e é de responsabilidade da Eletropaulo. Após a coletiva, sua assessoria pediu aos jornalistas para que mudassem "queda de energia" por "oscilação de energia".

Na manhã desta segunda, o secretário de Esportes e Lazer Jorge Damião se encontrou com os responsáveis pelo Pacaembu e representantes da Ilume e da Eletropaulo para saber o que de fato acontece em dias de jogos no local.

Na partida entre Santos e Corinthians, o prefeito -que é santista- estava presente, mas saiu logo após o apagão. Segundo sua assessoria, é de praxe que ele saia mais cedo dos jogos no estádio, em razão de outros compromissos.

O árbitro Luiz Flávio de Oliveira paralisou o duelo pela falta de energia aos 21 minutos do segundo tempo, quando o Corinthians vencia por 1 a 0. O jogo só retornou quase uma hora depois. A partida terminou empatada em 1 a 1.

Antes, outros dois jogos foram paralisados por queda de energia. Pelo Campeonato Paulista, o duelo entre Corinthians e São Caetano, realizado em 21 de janeiro, foi paralisado por 30 minutos. Dois dias antes, pela Copa São Paulo, Palmeiras e Portuguesa tiveram que aguardar 15 minutos até o retorno da luz.