São Bernardo registra primeiro caso urbano de febre amarela

Porém, o Ministério da Saúde informa que há registro confirmado de febre amarela urbana no Brasil

6 FEV 2018 • POR • 10h18
A prefeitura quer vacinar 90% da população e dispõe de 707 mil doses da vacina - Valdecir Galor/SMCS/Fotos Públicas

São Bernardo do Campo confirmou o primeiro registro urbano de febre amarela. Desde 1942, o país não registrava casos da doença contraída em cidades. As informações são da Agência Brasil.

O homem que contraiu a doença está internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI). O paciente, que não havia se vacinado, também não viajou nos últimos meses, o que indica que a doença é autóctone (quando a infecção ocorre dentro do próprio município).

Na semana passada, São Bernardo do Campo teve o caso de um morador de 33 anos, diagnosticado após viagem à cidade de Mairiporã, que decretou estado de emergência devido ao surto de febre amarela.

Em São Bernardo do Campo, foram imunizadas mais de 160 mil pessoas desde 25 de janeiro, quando a campanha de vacinação começou. O resultado representa apenas 24% da meta.

A prefeitura quer vacinar 90% da população e dispõe de 707 mil doses da vacina. A campanha de vacinação ocorre em 102 escolas, das 9h às 16h, e nas 34 unidades básicas de Saúde, de segunda a sexta, das 7h às 17h.

O balanço do Ministério da Saúde do último dia 30 mostra que o país teve 213 casos de febre amarela e 81 de mortes desde julho do ano passado. Todos são casos silvestres da doença, quando a transmissão ocorre pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Foram notificados 1.080 casos suspeitos, sendo 432 descartados e 435 que permanecem em investigação.

Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde informa que não há registro confirmado de febre amarela urbana no país. O caso de febre amarela em São Bernardo do Campo (SP) está sendo investigado por uma equipe da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, o que inclui o histórico do paciente e captura de mosquitos para identificar a forma de transmissão na região. Deve ser observado que o paciente mora na região urbana, e possivelmente trabalha na área rural. Qualquer afirmação antes da conclusão do trabalho é precipitada.  É importante informar que São Bernardo do Campo (SP) é uma das 77 cidades dos três estados do país (São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia) incluídas na campanha de fracionamento da vacina de febre amarela.

O Ministério da Saúde esclarece que todos os casos de febre amarela registrados no Brasil desde 1942 são silvestres, inclusive os atuais, ou seja, a doença foi transmitida por vetores que existem em ambientes de mata (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes). Além disso, o que caracteriza a transmissão silvestre, além da espécie do mosquito envolvida, é que os mosquitos transmitem o vírus e também se infectam a partir de um hospedeiro silvestre, no caso o macaco. 

Temos segurança de que a probabilidade da transmissão urbana no Brasil é baixíssima por uma série de fatores: todas as investigações dos casos conduzidas até o momento indicam exposição a áreas de matas; em todos os locais onde ocorreram casos humanos, também ocorreram casos em macacos; todas as ações de vigilância entomológica, com capturas de vetores urbanos e silvestres, não encontraram presença do vírus em mosquitos do gênero Ae