Prefeitura de São Paulo não fará mais exames para 'pets' viajarem à Europa

A Divisão de Vigilância de Zoonoses anunciou a suspensão dos exames há duas semanas, gerando apreensão

29 DEZ 2017 • POR • 19h01
A prefeitura de São Paulo não fará mais o exame de sorologia para raiva - Reprodução

A prefeitura de São Paulo não fará mais o exame de sorologia para raiva, exigido pelos países da União Europeia para que um animal de companhia possa entrar no território. A interrupção teve início já nesta sexta-feira (29).

A DVZ (Divisão de Vigilância de Zoonoses) anunciou a suspensão dos exames há duas semanas, gerando apreensão entre aqueles que têm intenção de levar seus "pets" para países europeus.

O que era visto à época como um "apagão" tornou-se uma interrupção definitiva com a decisão oficial do Ministério da Agricultura do governo de Michel Temer (PMDB) de não mais produzir uma substância utilizada para a realização dos exames -que servem, basicamente, para testar se a vacina de raiva está ativa no corpo do animal.

Com o fim do fornecimento desse insumo, não há como a DVZ realizar o exame, cuja demanda passava de 10 mil por ano.

O problema se agrava com a constatação de que a DVZ tem o único laboratório do país credenciado para realizar o exame (laboratórios particulares não são aceitos pela União Europeia). As alternativas que a DVZ vem sugerindo estão no Chile (Instituto de Saúde Pública) ou nos Estados Unidos (laboratórios universitários).

Outros laboratórios que realizam o exame estão na Rússia, no Japão, e em outros países distantes do Brasil. No Brasil, o exame de sorologia custava R$ 321. Segundo o último levantamento da DVZ, os valores internacionais estão na mesma faixa.

Estimativa feita pela reportagem no site dos Correios indicou valores acima dos R$ 400 para enviar amostras para o Chile, incluindo Sedex (já que não pode passar de dez dias o período entre a coleta e o exame) e caixas para acondicionamento.

Além do exame de sorologia, o microchip com a identificação é o primeiro requisito para transportar "pets" internacionalmente. No caso da Europa, também é necessária a vacina de raiva e, 30 dias depois, o exame de sorologia.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo confirma a interrupção definitiva dos exames.

"A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), órgão da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo, vem por meio deste informar que, a partir de 29 de dezembro de 2017, a Divisão de Vigilância de Zoonoses (DVZ) deste órgão não realizará mais o exame de sorologia para raiva para trânsito internacional de animais de companhia. O Laboratório de Zoonoses e Doenças Transmitidas por Vetores da DVZ desenvolvia o exame em apoio ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), que fornecia os insumos para sua realização. Devido à suspensão do fornecimento dos insumos, a Covisa interromperá a realização desse procedimento."

O Ministério da Agricultura disse que optou pelo fim da produção da substância para direcionar os "escassos recursos públicos" a "atividades estratégicas para a Defesa Agropecuária Nacional, como o combate a enfermidades de alto impacto para a economia brasileira."