Artistas de Cubatão lutam para reeditar o Festac

Eles lutam junto a classe política e empresarial do Município para obter os recursos necessários para que ‘as cortinas do teatro sejam reabertas em 2018'

27 NOV 2017 • POR • 11h02
Ano que vem, o Festac poderá completar 30 anos, tornando-se um momento de crucial importância para a história cultural de Cubatão, colocando, como sempre, o público frente a frente com o que se tem produzido atualmente pelos grupos teatrais - Rodrigo Montaldi/DL

Cinquenta mil reais. Esse seria o custo total para reeditar um dos mais tradicionais eventos culturais da Baixada Santista, o Festival de Teatro de Cubatão. No entanto, dezenas de artistas da Cidade estão ‘andar com o pires na mão’ junto a classe política e empresarial do Município para obter os recursos necessários para que "as cortinas do teatro sejam reabertas em 2018" após seis anos fechadas por falta de incentivos.

No último dia 5, artistas de diversos grupos teatrais atuantes em Cubatão se reuniram para um manifesto a favor da retomada dos espetáculos. Esta semana, Ivan da Conceição, Carla Vieira, Alisson Camilo e Luana Albeniz estiveram na redação do Diário para alertar sobre a necessidade do Festac retornar à agenda cultural.  

Eles revelaram que há uma significativa redução dos recursos financeiros destinados à área cultural no orçamento do próximo ano por parte da Administração Municipal. No dia 6, os artistas procuraram o vice-presidente da Comissão de Educação, Cultura e Assistência Social da Câmara e, do vereador Rafael de Souza Villar, o Tucla (PT), garantiram uma emenda impositiva obrigando o Executivo a destinar pelo menos R$ 24 mil como contribuição para a realização do festival.

Os R$ 50 mil englobariam pré-produção, divulgação e produção do Festac que ano que vem poderá completar 30 anos, tornando-se um momento de crucial importância para a história cultural de Cubatão, colocando, como sempre, o público frente a frente com o que se tem produzido atualmente pelos grupos teatrais locais e convidados.

“Cubatão carece de uma política cultural que sobreviva aos governos. As soluções são sempre pontuais e de acordo com quem está à frente da Secretaria de Cultura ou, de forma mais ampla, com a Administração. Somos mais de 10 coletivos em busca de uma política cultural efetiva e permanente de Estado e não de Governo”, revela Conceição.

Os artistas de Cubatão revelaram que o orçamento da Cultura que era R$ 14 milhões sofreu uma queda de seis para 2018, passando a pasta a contar com somente R$ 8 milhões ano que vem. “Uma das lutas é descobrir como é gasto o dinheiro e uma secretaria independente. O atual responsável pela pasta, o vice-prefeito Pedro de Sá Filho, acumula Educação e Planejamento. É preciso que se tenha a consciência da importância da Cultura”, finaliza Conceição.     

Prefeitura

A Prefeitura de Cubatão, por sua Assessoria de Imprensa, informa que o secretário Pedro Sá Filho irá avaliar a possibilidade de readequação orçamentária para a realização do festival, mesmo assim, reitera o seu compromisso em mediar com a iniciativa privada recursos para o evento.

A Administração informa que ele se reuniu, em 1º de novembro último, com integrantes do Conselho Municipal de Política Cultural e mais de 50 artistas e ativistas e, após se inteirar das reivindicações, se comprometeu a mediar projetos culturais locais via leis de incentivo ou orçamento próprio, informando sobre o calendário das emendas impositivas. Para 2018, o orçamento da Secretaria de Cultura está previsto em R$ 8.101.990,00.