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Eleição nos EUA terá consequências para os partidos, dizem estrategistas

Eles defenderam por que acham que os candidatos de seus partidos sairão vitoriosos

Folhapress

Publicado em 26/10/2016 às 04:30

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Para estrategistas, a eleição nos EUA terá consequências para os partidos / Reprodução

Para dois estrategistas de campanha americanos, uma democrata e um republicano, a disputa pela presidência dos EUA terá consequências para os partidos, independentemente de quem sair vitorioso, se a democrata Hillary Clinton ou o republicano Donald Trump.

Penny Lee, ex-diretora executiva da Associação dos Governadores Democratas, e David Kramer, ex-presidente do partido republicano no estado de Nebraska, falaram sobre as eleições em um evento organizado pelo consulado americano no Rio, nesta terça (25).

Para Kramer, seu partido passará por mais mudanças se vencer do que se perder.

"Ainda que tenha sido nomeado pelo partido, Trump não representa o establishment republicano. Se vencer, se tornará, de fato, seu líder, poderá moldá-lo à sua maneira, indicando pessoas para postos importantes a nível nacional", diz Kramer.

"Trump não é um conservador, por isso a transformação que o partido sofrerá se ele vencer será maior do que se tudo continuar como está. Se ele perder, o establishment só vai dizer 'eu avisei'."

O contrário seria o caso do partido democrata, avalia Lee.

"Se ela ganhar, teremos um desafio nas eleições legislativas, daqui a dois anos. Ela terá que, até lá, propor políticas que tenham amplo apelo, por um lado, e por outro, terá que mostrar para progressistas que não está abandonando causas, como a mudança climática, desigualdade social", prevê Lee.

"Mas se perdermos, a ala mais progressista do partido vai dizer que foi porque ela foi centrista demais, não mostrou suas convicções o bastante, ficou muito em cima do muro. Vão tentar trazer mais progressistas para o partido e nosso próximo candidato será alguém na linha de Bernie Sanders e Elizabeth Warren", avalia, em referência a duas figuras populares da esquerda do partido democrata: o candidato que dificultou a vida de Clinton nas primárias e a senadora pelo estado de Massachusetts.

"Quem quer que saia vencedor, é provável que seja presidente apenas por um mandato, pois terá muitas dificuldades nos próximos quatro anos", conclui Kramer, ao que Lee lembra: "Os dois candidatos têm a o maior índice de rejeição de qualquer candidato que já concorreu à Casa Branca."

Vitória

Os dois analistas defenderam por que acham que os candidatos de seus partidos sairão vitoriosos.

Lee apontou para o crescimento da proporção de minorias, especialmente hispânicos, que tendem a optar por democratas, e argumentou que as eleições costumam refletir a avaliação que a população faz de quem já está no poder, no caso, o democrata Barack Obama, que tem, segundo ela, 56% de aprovação dos americanos.

Já Kramer minimizou o resultado de pesquisas de opinião recentes que mostram Clinton na frente. "Pesquisas são interessantes, mas são irrelevantes", afirmou.

Na opinião dele, a nomeação de Trump foi o momento mais enérgico do partido republicano nos últimos anos.

"Foi o maior número de republicanos votando na história; Trump recebeu o maior número de votos que um candidato republicano já recebeu em uma eleição primária.

Antes das votações, pesquisas sempre indicavam que ele se sairia pior do que de fato se saiu, então isso mostra que elas nem sempre acertam."

"Democratas votarão em Clinton; republicanos, em Trump. Quem vai decidir esta eleição são os independentes, tudo depende do comparecimento deles às urnas", diz Kramer.

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