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Vila Belmiro: 100 anos de história e perto de adeus

Berço do Rei Pelé, o místico estádio completa o seu centenário hoje, mas pode ser “aposentado”, já que a diretoria do Peixe estuda construção de arena em novo local

Publicado em 12/10/2016 às 11:02

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Fundado em 12 de outubro de 1916, o estádio do Peixe completa 100 anos / Matheus Tagé/DL

Berço do Rei Pelé, palco de grandes títulos e cenário de gols marcantes, o místico estádio Urbano Caldeira, mundialmente conhecido como Vila Belmiro, completa 100 anos de histórias e glórias nesta quarta-feira, mas, para tristeza de grandes ídolos do passado, está cada vez mais próximo de uma indesejada “aposentadoria”.

A diretoria do Peixe está em fase final de análise para construção de uma Arena, com capacidade para 27 mil pessoas, a partir de 2017. Caso o novo estádio saia do papel, a Vila Belmiro seria “deixada de lado” e ficaria restrita apenas a jogos de pouca expressão, já que, atualmente, não está dentro dos padrões de modernidade e comporta 15 mil torcedores.

“Posso ser bem sincero? A construção do novo estádio, longe da Vila Belmiro, é uma cagada. Eles não podem fazer isso. A Vila foi o palco onde tudo aconteceu, tantas histórias. Isso é muito importante para a história do clube e tem que ser mantido. Não pode acabar nunca!”, afirmou o ex-atacante Coutinho, que brilhou pelo clube ao lado do Rei Pelé.

O novo estádio alvinegro, que conta apoio de investidores norte-americanos, seria construído em local pertencente à SPU (Secretaria de Patrimônio da União), hoje ocupado pela Portuguesa Santista e Associação dos Portuários. O terreno possui 109 mil metros quadrados e é cinco vezes maior que a Vila Belmiro (19 mil m²). O orçamento da obra é de R$ 450 milhões.

O projeto, que conta com a participação das empresas Conexão 3 e Fernandes Arquitetura, prevê ainda a construção de um estacionamento para 1900 vagas e a revitalização da Vila Belmiro – sem que seja alterada a capacidade do estádio –, previamente orçada em R$ 25 milhões.

A pedido da reportagem do DL, os ex-jogadores Edu, Pepe e Clodoaldo, que, assim como Coutinho, também contribuíram muito para a história da Vila Belmiro, deram a sua opinião sobre a iminente construção do novo estádio. Confira os depoimentos dos ídolos do passado:

Edu
"Eu acho que sempre temos que melhorar, mas não vejo o Santos fora da Vila Belmiro, como, por exemplo, na Capital. Somos de Santos, não consigo imaginar o torcedor subindo a serra para assistir aos jogos do clube. Mas concordo que precisamos de uma rápida evolução, assim como aconteceu com os demais grandes clubes de São Paulo".

Clodoaldo
"Eu, particularmente, acredito que temos que evoluir em termos de modernidade. A reconstrução do estádio é muito importante para o clube. Eu sempre sonhei com a Vila modernizada, com maior publico, mas com a história mantida. Eu andei viajando o Brasil olhando as novas arenas, procurando soluções para uma remodelagem da Vila Belmiro. E me identifiquei muito com o estádio do América-MG (Estádio Independência). Tem um terreno semelhante, poderia ser mais ou menos daquela forma, mantendo a história na Vila".

Pepe
"Eu vejo como favorável a construção de um novo estádio, mas sem que a Vila Belmiro saia de cena. Ela ainda deveria receber jogos importantes. Mas concordo com a construção de uma Arena para que possamos receber ainda mais torcedores".

Arquibancada foi ‘quarto’ para ídolos

Grandes ídolos da história da Vila Belmiro, o ex-volante Clodoaldo e o ex-atacante Edu chegaram a dormir nas arquibancadas da Vila Belmiro. Isso aconteceu na década de 60, quando ainda atuavam nas categorias de base do Alvinegro.

Na época, os garotos ficavam alojados na parte térrea do estádio e sofriam nas noites de forte calor. Foi aí, então, que tiveram a ideia de levar seus colchões para as arquibancadas superiores, buscando uma maior ventilação para soneca.

“Era muito quente. Não dava para ficar no alojamento. Pegava meu colchão e levava para dentro do estádio. Era uma beleza, dava para sentir a brisa e toda a mística da Vila Belmiro”, disse o ex-ponta Edu.

“É um grande orgulho ter essa história em minha memória. Vivo no Santos desde os 15 anos, e me sinto feliz de fazer parte disso tudo”, completou Clodoaldo.

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