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Economia

Sem atravessadores, etanol poderia custar 15% menos para o consumidor

A eliminação dos intermediários não traria perda de arrecadação aos governos, já que o PIS/Cofins e o ICMS continuariam sendo ­recolhidos

Nilson Regalado

Publicado em 04/06/2018 às 10:21

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Sem atravessadores, etanol poderia custar 15% menos para o consumidor / Matheus Tagé/Arquivo DL

O consumidor poderia estar pagando até 15% a menos pelo etanol nos postos não fosse um oligopólio formado por Petrobras, Ipiranga e Raízen. As três gigantes controlam a distribuição de etanol no País, com o aval da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Na prática, as três são atravessadoras entre as usinas e o comércio varejista de combustíveis e agregam um custo que poderia ser eliminado com a negociação direta entre os produtores, no campo, e os postos, na cidade.

Segundo especialistas ouvidos pelo site Notícias Agrícolas, a eliminação dos intermediários não traria perda de arrecadação aos governos, já que o PIS/Cofins e o ICMS continuariam sendo ­recolhidos.

O problema é que a medida fere interesses econômicos de grandes corporações, o que inibe o avanço de sua discussão. Mesmo com toda a crise de desabastecimento no final de maio, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), engavetou um projeto de decreto legislativo do deputado federal JHC (PSB/AL) que, se aprovado, permitiria a venda direta do etanol, sem intermediários. 

Apesar da resistência corporativa e política, a Justiça dá mostras de que pode intervir no caso, em benefício dos contribuintes e contra os interesses do oligopólio das distribuidoras, pelo menos no caso do etanol. No final de maio, um grupo com quatro usinas na região de Araçatuba conseguiu uma liminar garantindo a venda direta para os postos da região, mas a ANP deverá recorrer.

Para agradar caminhoneiros...
Deu na Reuters: pelas contas da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes (Afrebras), que representa pequenos e médios produtores de bebidas no Brasil, supostas distorções fiscais favoráveis às gigantes multinacionais do setor estariam causando prejuízo de R$ 9,1 bilhões/ano aos cofres públicos. 

...Temer compra briga...
Em decorrência dessa concorrência supostamente irregular, a Afrebas estima que entre 2006 e 2016 o Brasil perdeu 160 pequenas e médias fábricas de refrigerantes, com fechamento de 7 mil postos de trabalho. O imbróglio envolve a fabricação de concentrado para refrigerantes na Zona Franca de Manaus. 

...com gigantes do refrigerante
No entanto, para compensar a perda de arrecadação com o desconto no preço do diesel, o Governo Federal mudou, na quinta-feira, o regime tributário dos concentrados produzidos na Zona Franca de Manaus... e, com isso, comprou briga com Coca-Cola, Heineken e Ambev!   

Noruega alerta que...
Deu na revista norte-americana seafoodsource.com: o governo da Noruega anunciou que vai aumentar as doações para o programa de combate ao lixo nos oceanos. Com isso, o aporte financeiro deve saltar dos inicialmente previstos 16 milhões de dólares para 34,5 milhões de dólares ainda este ano.

...em 30 anos haverá...
O governo norueguês entende que o descarte de lixo nos oceanos é um dos principais problemas ambientais da atualidade, com oito milhões de toneladas chegando ao mar a cada ano, despejadas nas águas especialmente pelas populações de países em ­desenvolvimento.

...mais lixo do que peixe no mar
Segundo o governo norueguês, “se nada for feito agora, em 30 anos haverá mais lixo do que peixe nos oceanos”.

O lado bom das coisas
A redução do tráfego, principalmente de caminhões, diminuiu pela metade a emissão de poluentes no ar de SP. O fato raro foi registrado nas estações Ibirapuera e Cerqueira Cesar da Cetesb. Os dados foram apresentados durante o evento ‘Diálogos Interdisciplinares sobre Governança Ambiental da Macrometrópole Paulista’, realizado no auditório da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp).

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