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Cultura

'Produzir música é dar voz a algum silêncio que precise ser quebrado', afirma Jeneci

Em entrevista ao Diário do Litoral, o cantor conta sobre sua turnê inédita, que chega a Santos nessa sexta-feira

Publicado em 29/07/2016 às 11:00

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Cantor se apresenta nesta sexta, no Teatro Coliseu, em Santos / Divulgação

Canções em estado bruto. Esse é o show que Marcelo Jeneci promete apresentar nesta sexta-feira, no Teatro Coliseu, em Santos. O músico, que foi criado pela mãe paulista e pelo pai pernambucano cresceu ouvindo trilhas sonoras de novelas nas rádios. Sua formação inicial é como instrumentista e hoje, pela primeira vez, Jeneci abdica de toda a estrutura de banda para apresentar suas canções exatamente da maneira que vieram ao mundo. 

"De dezembro pra cá eu comecei com essa turnê do show solo, rodando o País inteiro, em teatros côncavos, antigos e cheios de história. Tocar nesses espaços fortalece essa conexão de eu estar sozinho e com total liberdade musical", afirma Jeneci, em entrevista ao Diário do Litoral

Ele conta que no início, sua carreira era totalmente dedicada a se tornar um instrumentista. "Aos 13 anos, eu já trabalhava com música, compondo uma trilha ou outra, trabalhando em uma banda ou outra, até chegar a metade da minha formação que é a vontade de compor canções. Da inserção da palavra nas melodias que eu produzia". 

Por ser a primeira vez que Jeneci se apresenta de maneira 'bruta', o artista conta que esse show mostra sua "total liberdade musical", já que se apresenta de maneira solo. "Tem uma música que eu compus aos 15 anos de idade, que eu começo o show abrindo ela. Mostra um pouco dos dois mundos que se colidiram em mim", afirma. 

Segundo o músico, a composição de suas letras românticas e melódicas surge "de maneira verdadeira e honesta, que tenha algum valor e alguma conexão com as pessoas". Ele conta que ao compor uma canção, se coloca na posição de 'trabalhador da música'. "É o desejo de fazer algo que tenha uma força e não faça sentido só pra mim. Produzir música é dar voz a algum silêncio que precise ser quebrado", conta Jeneci. 

Parceria com Liniker e a quebra de gêneros?

No último dia 25, Jeneci publicou uma foto em suas redes sociais sobre uma parceria com o cantor e compositor Liniker em seu novo álbum. 

"Fiquei muito feliz de ver de perto a potência que ele é em todos os sentidos. Tanto musical, como cantor, como compositor, como a importância da existência dele com uma missão de si e do próprio corpo abrir portões que o Brasil ainda não abriu", explica o artista. 

Ele exalta o artista e explica que Linker é 'uma estrela que veio pra brilhar não só no Brasil como no mundo'. "Ele abre portas em relação a moralismo e aos formatos reducionistas da relações, principalmente na sensualidade, sexualidade e exaltando a existência acima dessa classificação de gêneros, colocando a vida deeçe ra quebrar umas barreiras que precisam ser quebradas dentro das pessoas". 

Jeneci fala também sobre a situação da quebra de gêneros no País. Segundo ele, 'o planeta vive um momento em que a voz da mulher é mais escutada do que em qualquer outra era', onde esse rompimento é necessário para a evolução humana. 

"Nossa natureza celular é bissexual. Existe uma rigidez e caretice no formato das relações, umas imposições e que prendem muito e atrasam o crescimento nesse sentido de sair dessas barreiras moralistas. O mundo está respirando uma revolução nessa área. Sinto que estamos caminhando para o lugar certo, para que qualquer um se expresse da maneira que quiser", afirma.  

O arista explica que o mundo atual está mais 'aberto' e seguindo para um local com liberdade total de expressão. "É uma batalha de evolução humana. De sair do que a mente calcular com o pré conceito e ir para a visão espiritual, que é mais livre. Onde a natureza masculinas e feminina se manisfestam dentro da pessoa como ela quiser". 

Show em Santos

A turnê solo, que estreou em março em São Paulo e já passou pelo Rio de Janeiro, Maceió, Caruaru e Recife tem sua próxima parada no Teatro Coliseu, nesta sexta-feira, às 21 horas. No show, novas versões de músicas de seus dois álbuns anteriores - 'Feito pra Acabar' e 'De Graça' -, além de canções inéditas e outras produzidas ainda na adolescência. 

"O público pode esperar uma entrega total. Vou me apresentar de maneira mais íntima, como se fosse na sala da minha casa. Uma transparência e uma intimidade mais revelada, por não ter distrações de banda e por ser somente eu no palco. Uma manifestação da minha totalidade". 

Ainda há ingressos disponíveis para a apresentação da turnê inédita. As entradas custam entre R$40 e R$120 e podem ser adquiridas na bilheteria do teatro ou pela internet

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