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Cotidiano

Suspeito de agredir cadela no Carrefour e veterinária são ouvidos pela polícia

O homem, funcionário terceirizado da loja, não falou com a imprensa ao deixar a delegacia. O teor do depoimento não foi divulgado

Folhapress

Publicado em 07/12/2018 às 10:40

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A vira-lata vivia no estacionamento do hipermercado havia alguns dias e era alimentada por alguns funcionários / Reprodução/Facebook

O suspeito de agredir a cadela Manchinha no Carrefour de Osasco, na Grande São Paulo, foi ouvido pela Polícia Civil na tarde desta quinta-feira (6), como parte do inquérito que investiga a morte da vira-lata.

O homem, funcionário terceirizado da loja, não falou com a imprensa ao deixar a delegacia. O teor do depoimento não foi divulgado.

Segundo reportagem da RedeTV!, o vigia disse ter recebido uma ordem para retirar o animal dali e, diante de dificuldade, pegou um pedaço de pau para ameaçar a cadela e acabou atirando em sua direção, provocando uma pancada.

A veterinária do Centro de Zoonoses que atendeu Manchinha também conversou com os policiais. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que os policiais ainda analisam imagens de câmeras de segurança do local e ouvem testemunhas, mas que detalhes não seriam passados "para não atrapalhar as investigações".

A vira-lata vivia no estacionamento do hipermercado havia alguns dias e era alimentada por alguns funcionários. A morte ocorreu no último dia 28 e provocou reações.

Em nota divulgada nesta semana, o Carrefour diz que a tentativa de afastar a cadela da loja provocou ferimento em sua pata. Acionado para o resgate, agentes da prefeitura usaram um enforcador para capturar Manchinha, em ação questionada por protetores.

Segundo o Departamento de Fauna e Bem Estar Animal, a vira-lata sangrava quando foi socorrida. Levada a atendimento emergencial, apresentava pressão baixa, vomito com sangue, tinha escoriações múltiplas e morreu em seguida.

O problema é que, até então, havia uma informação de que a cadela teria sido vítima de atropelamento.

Com isso, o corpo não foi guardado para perícia, sendo cremado. Dois dias depois do resgate, porém, surgiram denúncias de maus-tratos e de envenenamento.

Com a ação de protetores e ativistas, um boletim de ocorrência foi registrado e o inquérito aberto, na segunda (3). No mesmo dia, Luisa Mell, militante da causa da defesa animal, esteve na delegacia e divulgou vídeos que mostram o funcionário da loja seguindo a cadela, que, depois, caminha e deixa marcas de sangue. Uma barra de alumínio, que teria sido usada contra o cachorro, foi apreendida e deve ser periciada.

Sem o corpo para necropsia, porém, não é possível apontar a causa da morte -se o ferimento foi o responsável, o uso do enforcador ou se a vira-lata foi de fato envenenada. Assim, o inquérito deve se basear nas imagens, declarações de testemunhas e relatos dos profissionais que socorreram a cadela.

O funcionário foi afastado. Em nota, o Carrefour repudia qualquer tipo de maus-tratos e reconhece que "um grave problema" ocorreu na loja. "A empresa não vai se eximir de sua responsabilidade. Estamos tristes com a morte desse animal".

A empresa afirma ainda que tem recebido sugestões de entidades e ONGs, que vão auxiliar "na construção de uma nova política para a proteção e defesa dos animais."

O inquérito policial deve apurar as responsabilidades no episódio. Na quarta (5), o Ministério Público estadual instaurou inquérito civil, também para apurar as participações.

Maus-tratos contra animais é crime previsto em lei e que pode render pena de detenção de três meses a um ano, além de multa.

Na próxima terça (11), o Senado deve votar proposta apresentada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para elevar a punição para crimes de maus-tratos contra animais. Pelo projeto, iria de 1 a 3 anos de detenção.

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