25 de Abril de 2024 • 05:29
Apenas 4 em cada 10 alunos brasileiros de 15 ou 16 anos que frequentam escolas públicas esperam concluir um dia o ensino superior convencional -com, no mínimo, quatro anos de duração- ou uma pós-graduação. Entre os estudantes da rede privada, a relação salta para quase 7 em 10.
Esse retrato emerge dos questionários que os adolescentes do país preencheram ao realizar o último Pisa, teste internacional de aprendizagem, em 2015, segundo levantamento inédito do Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional).
Diferenças de oportunidades ao longo da infância e da adolescência levam os jovens brasileiros a desenvolverem níveis distintos de aspiração. Isso ajuda a criar um hiato de expectativas em relação à formação educacional.
Entre os alunos de escolas públicas, 38% se consideram ambiciosos. Nas particulares, o percentual sobe para 55%.
As informações de 17.523 alunos colhidas pelo Iede na base de dados da OCDE (organização responsável pelo Pisa) mostram a cadeia de fatores que explicam esse quadro.
O nível socioeconômico da família de uma criança costuma ter grande influência sobre seu futuro. Pesquisas mostram que a escolaridade dos pais é um dos determinantes da aprendizagem dos filhos.
Entre os brasileiros de escolas particulares que fizeram o último Pisa, 42,7% tinham mães com ensino superior completo.
No universo dos estudantes das instituições públicas, essa fatia era de 11,5%.
"Tudo começa na primeira infância. O cérebro é desenvolvido a partir da interação com o meio", diz o economista Naercio Menezes Filho, professor do Insper e da USP. "As crianças nascidas em famílias mais pobres recebem menos estímulos. Quando chegam à escola, já estão defasadas", completa o especialista.
O ideal é que os pais menos favorecidos recebam orientação e apoio para estimular corretamente seus filhos desde a gestação. Mas iniciativas nessa direção ainda engatinham no Brasil. Além disso, as vagas em creches são insuficientes.
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A denúncia foi feita pela mãe da vítima, que tem 18 anos.
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O garoto é cuidado pelo pai e pela avó, que têm a guarda compartilhada dele após uma tutela de urgência