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Cotidiano

Santos e São Vicente registram aumento nos casos de câncer

No mundo, o número de mortes em razão de câncer também aumentou e deve chegar a 9,6 milhões neste ano

Vanessa Pimentel

Publicado em 15/10/2018 às 15:31

Atualizado em 15/10/2018 às 15:36

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O total de novos casos de câncer no mundo deve atingir 18,1 milhões neste ano / Rodrigo Montaldi/DL

O total de novos casos de câncer no mundo deve atingir 18,1 milhões neste ano, de acordo com um estudo da Agência Internacional para a Pesquisa sobre Câncer (IARC, na siga em inglês), órgão vinculado à Organização Mundial de Saúde (OMS). Na Baixada Santista algumas cidades acompanham a previsão e registram aumentos sucessivos no diagnóstico da doença. São Vicente, por exemplo, computou 78 casos em 2016. No ano passado subiu para 89, e de janeiro até o mês atual 153 diagnósticos, um aumento de cerca de 70% de 2017 até agora. 

Santos, de acordo com o DataSUS, registrou 1.083 internações no Sistema Único de Saúde em 2016 de residentes na cidade com neoplasias (tumores) e, em 2017, 1.155, o que representou um aumento de 6,6%. Guarujá tem um índice menor do que no ano passado até o momento com 352 pacientes em 2017 e 189 atualmente.

No mundo, o número de mortes em razão de câncer também aumentou e deve chegar a 9,6 milhões neste ano, segundo a IARC. Ainda de acordo com os dados, um em cada cinco homens e uma em cada seis mulheres devem desenvolver câncer em algum momento da vida. Já as mortes decorrentes da doença devem acometer um a cada oito homens e uma a cada onze mulheres.

O oncologista responsável pelo setor no Hospital Santa Casa de Santos, Silvio Ramon Ayala, em entrevista ao DL, comentou os dados do relatório como, por exemplo, o fato de que homens ainda são os mais acometidos pela doença e também as maiores vítimas fatais dela.

Baseado em estudos, ele cita que o estilo de vida dos homens e fatores físicos, químicos e biológicos podem ser razões que propiciam essas estatísticas. “Existem dados mundiais que mostram que os homens fumam mais do que as mulheres e, atualmente, o câncer de pulmão é o tipo que mais mata. A obesidade também é identificada em maior quantidade no público masculino”, destaca.

Outra questão é a prevenção. Mesmo com os alertas, os homens não são tão atentos à saúde quanto às mulheres. “É difícil definir as causas do câncer, mas a prevenção e a descoberta de um câncer de forma precoce aumentam muito as chances de cura”.

De acordo com o IARC, as causas para os números são distintas, variando do crescimento e envelhecimento da população a fatores ligados ao desenvolvimento econômico. Em economias emergentes, pontua a associação, há uma transição de doenças relacionadas à pobreza para aquelas vinculadas a determinados estilos de vida.

Tipos

Os tipos de câncer que mais levam a mortes devem ser os de pulmão (18,4%), reto (9,2%) e estômago (8,2%). Já nos novos casos, as modalidades com maior incidência devem ser as de pulmão (11,6%), mama (11,6%) e reto (10,2%). Juntos, estas representam cerca de um terço dos registros da doença em todo o mundo.

No recorte por gênero, entre os homens os tipos de câncer mais comuns devem ser os de pulmão (14,5% do total), próstata (13,5%) e reto (10,9%). Já entre as mulheres, as modalidades com maior incidência devem ser câncer de mama (24,2%), seguido por de reto e de pulmão. Nos dois gêneros, o câncer de pulmão deve fechar o ano como o principal responsável por mortes.

“Novamente os homens são o que mais consomem tabaco, portanto, os mais atingidos. Outros fatores acabam contribuindo com o câncer de pulmão, como a poluição”, explica Silvio.

Ele destaca também os riscos ligados aos hábitos alimentares, já que o câncer de reto e de estômago são os que mais crescem e podem estar ligados aos alimentos consumidos.

“A incidência de câncer de reto na Europa, por exemplo, é maior do que no resto no mundo e alguns estudos têm observado o alto consumo de defumados e embutidos, devido às baixas temperaturas, com o aumento da doença”, esclarece.

Em relação à reincidência do câncer de mama, Silvio explica que a forma de tratar a doença mudou, por isso, a previsão é de que no futuro as mulheres diagnosticadas vivam mais ou até mesmo se curem.

“Alguns estudos concluíram que existem pelo menos seis tipos de câncer de mama, e podem ser mais segundo dados que ainda estão em análise. Isso direciona os médicos para qual tratamento será melhor de acordo com o tipo diagnosticado e amplia ac chances das mulheres”.

Mundo

Conforme as expectativas da Agência Internacional, quase metade dos novos casos e mais da metade das mortes devem ocorrer na Ásia. O continente concentra cerca de 60% da população mundial. Já a Europa é responsável por 23% das novas ocorrências e 20% dos óbitos, embora contenha somente 9% da população mundial.

Pela projeção, as Américas devem ser responsáveis por 21% dos casos novos identificados e 14,4% da mortalidade global. Assim como na Europa, os índices são maiores do que a participação da região na população mundial, atualmente em 13,3%. (Com informações da Agência Brasil).

Saiba como identificar o câncer de mama

Ocasião para celebrar a vida, o amor próprio e a valorização da saúde: assim é conhecido o mês de outubro, dedicado à prevenção e à conscientização do câncer de mama por meio da campanha mundial “Outubro Rosa”. A doença que acomete principalmente mulheres com idade a partir dos 50 anos, é uma das mais comuns entre o gênero, ficando atrás apenas do câncer de pele, mas pode ser prevenida com a adoção de um novo estilo de vida.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a prevenção pode ser realizada por meio da alimentação saudável, amamentação, prática de atividades físicas, redução da ingestão de álcool e controle do peso. Outra opção que auxilia no cuidado e identificação de alterações na mama, mas não substitui o exame médico, é a observação do próprio corpo no cotidiano, que desenvolve o conhecimento e serve de alerta para procurar um médico.

O câncer de mama, porém, não possui uma causa única e pode aparecer por diversos fatores, como a idade, genética e hereditariedade. É importante ressaltar que o diagnóstico precoce aumenta a chance de cura e auxilia na eficácia do tratamento.  A mamografia, no entanto, continua sendo um dos exames mais eficazes para detectar não só a doença, mas demais alterações na mama.

Sinais e sintomas

• Caroço (nódulo) fixo, endurecido e, geralmente, indolor;
• Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
• Alterações no bico do peito (mamilo);
• Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço;
• Saída espontânea de líquido dos mamilos
• Ao identificarem alterações persistentes nas mamas, as mulheres devem procurar imediatamente um serviço para avaliação diagnóstica.

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