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Cotidiano

Samarco suspende pagamentos a funcionários e fornecedores

Em comunicado, a empresa disse que não fará os pagamentos por conta de medidas que "não estão sob sua alçada"

Folhapress

Publicado em 29/11/2015 às 16:30

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Barragem se rompeu em Mariana (MG), causando desastre ambiental / Divulgação/Corpo de Bombeiros

Com contas bloqueadas a pedido da Justiça de Mariana (MG), a mineradora Samarco suspendeu os pagamentos de funcionários e fornecedores, que estavam previstos para esta segunda (30).

Em comunicado, a empresa disse que não fará os pagamentos por conta de medidas que "não estão sob sua alçada" e pediu judicialmente o desbloqueio.

"A empresa informa que já solicitou a liberação ao juízo de Mariana e aguarda sua decisão para cumprir todos os seus compromissos financeiros", diz a nota.

A disputa judicial começou na quarta (25), quando a Samarco descumpriu determinação judicial e "sumiu" com R$ 292 milhões, segundo o juiz Frederico Gonçalves. Ele havia decidido pelo bloqueio de R$ 300 milhões da empresa para reparação dos danos causados às vítimas do rompimento da barragem de rejeitos minerais, mas encontrou apenas R$ 8 milhões nas contas da companhia.

O magistrado decidiu bloquear R$ 292 milhões sob custódia do Banco Central, em forma de títulos de crédito, por exemplo, até completar os R$ 300 milhões iniciais.

A Samarco diz que, agora, suas contas estão bloqueadas. "Eles não podem fazer nenhuma movimentação financeira, por isso não podem pagar. Acabei de conversar com o Ricardo [Vescovi, diretor-presidente da Samarco] e ele me disse que vai tentar reverter isso já na segunda", afirmou o prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS).

Desde então, a mineradora já faltou com um pagamento importante e ficou devendo quase R$ 300 milhões a um outro fundo de ajuda às vítimas, criado após acordo com os Ministérios Público estadual e federal. O prazo final para o depósito estava marcado para a quinta (26), mas a empresa pediu adiamento para 2 de dezembro -pelo atraso, ela será multada em R$ 1,2 milhão.

Quando pediu a prorrogação, a Samarco disse que precisava do desbloqueio de recursos para "saldar seus diversos compromissos que incluem o pagamento de funcionários, terceiros e o custeio dos esforços de reparação dos danos e medidas preventivas pelo rompimento da barragem".

Parte dos trabalhadores da empresa entra em férias coletivas do dia 30 até 4 de janeiro de 2016. O anúncio foi feito após a tragédia e atinge os empregados das unidades industriais de Germano, em Mariana, e de Ubu, em Anchieta (ES).

A reportagem procurou o sindicato Metabase de Mariana, que representa a categoria, mas não obteve retorno.

O rompimento da barragem da Samarco destruiu o subdistrito de Bento Rodrigues e tem 13 vítimas fatais, 11 delas já identificadas, além de oito desaparecidos.

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