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Cotidiano

Renato Russo na voz de Anderson Borges

Conhecido por fazer cover da banda de Renato Russo nos anos 90, Anderson se mantém no cenário musical há mais de 25 anos

Publicado em 04/08/2017 às 09:30

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Anderson Borges volta aos palcos para homenagear aqueles que lhe serviram de inspiração inicial, no espetáculo Legião Sinfônico, com a Orquestra Sinfônica de Cubatão / Matheus Tagé/DL

Final dos anos 80, início da década de 1990. A banda Legião Urbana estava no auge do sucesso com milhões de cópias de discos vendidas em todo o Brasil. Em Cubatão, um adolescente se inspirava na canção Tempo Perdido composta por Renato Russo para dedilhar seus primeiros acordes no violão. A voz parecida com a do ídolo e a habilidade com o instrumento musical o levaria a uma das primeiras bandas cover do grupo no país. Mais de 25 anos depois, com uma carreira que começa no rock, se solidifica nos barzinhos da Baixada Santista, e não dispensa novas vertentes, Anderson Borges volta aos palcos para homenagear aqueles que lhe serviram de inspiração inicial, no espetáculo Legião Sinfônico, ao lado da Orquestra Sinfônica de Cubatão, em São Bernardo do Campo. 

“Comecei pela influência da Legião Urbana. Naquele tempo não tinha internet e fui aprender a tocar violão naquelas revistinhas especializadas. Não fiz curso. Autodidata mesmo. A primeira música que toquei foi Tempo Perdido. Tinha uns amigos que já tocavam e eles me ensinaram os macetes”, lembrou Borges. A canção que deu o pontapé inicial na carreira do músico cubatense foi lançada em 1986 pelo grupo de Brasília no álbum ‘Dois’, que vendeu mais de 1,8 milhão de cópias e está entre os 100 maiores discos da música brasileira.

Os jovens daquela época se reuniam na rua e em praças para evidenciar suas bandas. O mesmo acontecia no bairro Vila Nova, em Cubatão, onde o cantor cresceu. “Em 1990 montei a primeira banda com os amigos da rua e primos. O nome era Contato Imediato. Logo em seguida conheci o pessoal do conservatório e eles gostaram da minha voz. Montamos a banda Farol Vermelho. Meu primeiro show foi aos 16 anos, no pátio da escola onde estudava, a Lincoln Feliciano. Cantei Tempo Perdido. A nossa banda, junto com outras duas, inaugurou os coretos das praças da cidade”, afirmou Borges.

As apresentações chamaram atenção do público para a voz de Anderson, que lembra a de Renato Russo. “Eles falavam que eu tinha a voz parecida. Poxa, eu ficava orgulhoso, mas achava impossível ter a voz do meu ídolo”, disse.

A banda de Anderson, que havia dado um tempo, se reuniu novamente e decidiu fazer o cover da Legião. “Era um período da explosão das bandas cover no Brasil, mas cover de banda internacional. Posso dizer que somos pioneiros como cover da Legião com Renato Russo ainda vivo. Naquele tempo não tinha internet, mas há música que deles que explodiu tempos depois e a gente já tinha tido acesso por causa do fã clube de Brasília. Os fãs clubes eram muito fortes. A gente mantinha contato por carta e telefone”, lembrou o cubatense.

A banda cover fez sucesso em Cubatão e passou a participar de grandes eventos, como o College Girl, que chegou a reunir mais de três mil pessoas no Centro Esportivo Castelão. “Ficamos muito tempo com a banda. Até 2009. Nunca tive contato com Renato Russo. Estive no último show dele, que foi em Santos. Tentei vê-lo no camarim, mas ele estava entrando na van”, lembrou Borges.

Em paralelo à Legião Cover, Borges inicia trabalho autoral com a banda Crisálida, que tempos depois se tornaria O Polo – uma referência ao polo industrial de Cubatão. O grupo apresentava trabalho autoral com canções embaladas pelo rock pop. “Lançamos nosso primeiro CD. Uma das músicas tocou na rádio aqui. Fizemos parceria com uma grande rede e o disco foi parar em lojas de todo o país. Tivemos uma boa visibilidade”, ressaltou o músico.

Com o fim da Legião Cover e do O Polo, Anderson Borges foca ainda mais na carreira solo. Introduz no repertório a MPB. Dá então início a uma nova fase. “Comecei bem underground, com o rock, mas temos que ser versátil. Estar abertos a novos horizontes. Fui trabalhar nos barzinhos da Baixada Santista fazendo violão e voz. A minha carreira tomou outro rumo. Canto rock, mas canto Caetano, Gil, Chico Buarque, Djavan, Paulinho Moska. Digo que ‘vivo num clip sem nexo, um terror retrocesso, meio bossa nova, rock’n roll’ como Cazuza”, destacou.

O músico faz questão de ressaltar o cenário cultural cubatense. “Cubatão é referência na música e no teatro. A cena cultural de Cubatão é rica. Tem muita gente boa fazendo coisa boa na cidade. Arrisco dizer que mais da metade dos músicos que tocam na noite da região são de Cubatão”.

Mesmo diante das dificuldades que já enfrentou na carreira, Anderson Borges consegue viver exclusivamente da música há 17 anos. O segredo do sucesso, segundo ele, está na dedicação e na humildade. "Tem uma frase do Renato que diz ‘acredite nos seus sonhos’. Eu acreditei. A fama é uma coisa e o sucesso é outra. Sucesso é o seu trabalho. Fama é a consequência”, destacou.

Espetáculo

Essa é a terceira edição do Legião Sinfônico. O espetáculo já foi apresentado na Baixada Santista e, neste ano, marca os 30 anos da Legião Urbana. O repertório inclui 13 músicas da banda com uma roupagem sinfônica sem perder a força do rock, segundo o maestro Rodrigo Vitta, regente da Orquestra Sinfônica de Cubatão.

A apresentação será nesta sexta-feira (4), no Teatro Lauro Gomes (Rua Helena Jacquei, 171). Os ingressos custam a partir de R$ 20. 

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