Lançamento da fase piloto do cadastro aconteceu na AGEM, a convite da Câmara Temática de Cultura do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista / Rodrigo Montaldi/DL
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Dos registros dos primórdios da expansão do Porto até um espaço para estudo das ciências do mar, passando pelas memórias dos lendários títulos futebolísticos do Santos F.C. e do Rei Pelé, a Baixada Santista registra ao menos 25 museus das mais diferentes vertentes. E foi justamente por conta de sua riqueza museológica que a região foi escolhida para sediar o lançamento da fase piloto do Cadastro Estadual de Museus.
O principal objetivo da iniciativa do Sistema Estadual de Museus (SISEM-SP) é sistematizar informações sobre os espaços museológicos paulistas a fim de contribuir com o desenvolvimento e formulação de políticas públicas para o setor. O sistema deve começar a funcionar a partir do primeiro semestre de 2017.
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O encontro aconteceu na sede da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (AGEM) a convite da Câmara Temática de Cultura do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (CONDESB). Participaram dos painéis de debate representantes dos museus existentes nos municípios, gestores culturais e demais interessados na área.
Na visão da coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico de São Paulo, Renata Vieira da Mota, a região foi escolhida por reunir um conjunto diversificado de museus. “Começamos por um recorte regional justamente por conta da importância da Baixada Santista. O cadastro é uma ferramenta de política pública aguardada há 30 anos que mapeará as informações sobre os museus existentes em cada uma das regiões do Estado de São Paulo”, destaca.
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Para a coordenadora, o cadastro possibilitará ao poder público definir melhor as ações técnicas de políticas públicas para qualificação dos museus “Os espaços ainda enfrentam muitos desafios de se modernizarem e se qualificarem, mesmo exercendo um papel importante na vida cultural das cidades em que estão localizados. Queremos capacitar melhor os profissionais que trabalham nesses espaços e mobilizar mais recursos para os museus”.
Os recursos, de acordo com o diretor do grupo técnico de coordenação do Sistema Estadual de Museus, Davidson Panis Kaseker, são provenientes de linhas de ações específicas, como o PROAC Editais e ICMS, uma vez que não há orçamento específico para esses museus. “Além disso, é fundamental uma vontade política de eleger os museus como prioridade dentro de uma perspectiva de adotar a cultura como eixo de desenvolvimento”.
Kaseker destaca que é preciso pensar de maneira clara em políticas públicas para a cultura. “Quando vamos abrir uma escola ou um hospital temos um conjunto de regulamentação para serem seguidos. Na área da cultura isso ainda é precário. Precisamos pensar em orientações técnicas e também sinalizar para o poder público municipal as ações estruturantes que eles devem adotar para as melhorias dos museus”, finaliza.
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Na região, Orla Cultural luta por representatividade e políticas públicas
Na Baixada Santista, o coletivo Orla Cultural reúne representantes de 15 museus que lutam por políticas públicas e melhorias para o setor. Criado há quatro anos, o movimento busca soluções para os obstáculos enfrentados cotidianamente, como a falta de funcionários e segurança.
“Acreditamos que esse novo cadastro auxiliará nessas questões. A nossa luta é buscar junto aos gestores municipais essa proteção, pois precisamos de recursos. Precisamos de equipamento de segurança e monitoramento, ações educativas, preservação, reserva técnica e gestão”, destaca Maria de Lourdes Marszolek Bueno, idealizadora do Orla Cultural.
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História
O Programa de Modernização de Museus Paulistas, realizado pelo SISEM-SP em parceria com a ACAM Portinari, tem com o objetivo de qualificar e fortalecer tecnicamente os museus paulistas. Em 2012, o Programa voltou-se à área de comunicação dos museus, identificando situações e elaborando diagnósticos de forma a planejar diretrizes para potencializar a comunicação institucional.
O Programa atuou junto às 19 instituições museológicas da Baixada Santista, sendo que 7 delas receberam um diagnóstico e diretrizes específicas da sua comunicação institucional – Museu da Cidade/Galeria Nilton Zanotti (Praia Grande), Casa Martim Afonso (São Vicente), Pinacoteca Benedito Calixto, Memorial das Conquistas, Museu do Mar e Marítimo, Museu do Porto e Museu da Pesca (Santos).
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Como produto dessa ação, também foi criado o projeto “Orla Cultural” que busca o fortalecimento da presença institucional dos museus da Baixada Santista, por meio de iniciativas compartilhadas.