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Cotidiano

Novos dados reforçam a importância da prevenção do suicídio

O suicídio é um fenômeno complexo e multifacetado, que pode afetar indivíduos de diferentes, origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero

Vanessa Pimentel

Publicado em 22/09/2018 às 08:00

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Em quase dez anos, o Brasil perdeu mais de 100 mil pessoas para o suicídio / Agência Brasil

Em quase dez anos, o Brasil perdeu mais de 100 mil pessoas para o suicídio, 106.374 para ser exato de acordo com os dados divulgados na última quinta-feira pelo Ministério da Saúde. A publicação acontece no mês de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio, “Setembro Amarelo”.

O levantamento apontou que 60% das mortes por suicídio são causadas por enforcamento; em seguida é a intoxicação exógena (envenenamento ou ingestão de remédios) com 18%. Este também é o meio utilizado por mais da metade das tentativas notificadas no país.

Além de atualizar o panorama do suicídio no país, o Ministério da Saúde aprofundou as investigações sobre as tentativas devido à intoxicação exógena. Isso porque nos últimos onze anos, dos 470.913 registros de intoxicação exógena, 46,7% (220.045) foram devido à tentativa de suicídio. Só no ano passado, o número registrado foi cinco vezes maior do que 2007 e saiu de 7.735 para 36.279 notificações.

O Sudeste concentrou quase metade (49%) das notificações seguido da região Sul, que concentra cerca de 25%. O Norte foi o que teve os menores índices, em torno de 2%.

As mulheres representaram quase 70% (153.745) do total de tentativas de suicídio por intoxicações exógenas nesses 11 anos. Sobre os agentes tóxicos utilizados, os medicamentos correspondem a 74,6% das tentativas entre as mulheres e 52,2% entre os homens. As intoxicações exógenas resultam em 4,7% de óbitos em homens e 1,7% nas mulheres.

A atualização do boletim é uma das metas da Agenda Estratégica de Prevenção do Suicídio, lançada pela pasta em 2017. Para ampliar a assistência, foram habilitados novos CAPS, implantadas ligações gratuitas para o CVV em todo o país, além da qualificação dos profissionais que atuam no SUS.

“É importante a análise desses dados, pois é uma questão de saúde pública que tem se agravado no país, principalmente para que possamos diminuir o preconceito e o estigma nas pessoas que tentam o suicídio. Esses números vão ajudar a chegar aos principais focos para que possamos identificar melhor as causas e qualificar as nossas ações de saúde pública”, destacou a diretora do Departamento de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis e Promoção da Saúde (DANTPS), do Ministério da Saúde, Fátima Marinho.

O suicídio é um fenômeno complexo e multifacetado, que pode afetar indivíduos de diferentes, origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero.

Assistência é fator de proteção na prevenção do suicídio

A meta agora, segundo a pasta, é reduzir a mortalidade por suicídio em 10% até 2020, com a expansão do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) e da parceria com o CVV (Centro de Valorização à Vida) em mais oito estados.

O CVV de Santos atende, por dia, cerca de 200 ligações. As chamadas pelo 188 são distribuídas pelos CVVs de todo o País. Ou seja, quem liga não necessariamente será atendido por alguém de uma unidade da sua cidade ou região. No país, as ligações se aproximam a 9 mil/dia.

O CVV de Santos conta com 60 voluntários capacitados para o exercício da profissão, além de mais 20 em treinamento. No ano passado, Santos registrou 23 mortes por suicídio.

Outra ação realizada neste último ano foi a habilitação de 109 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), localizados em 20 estados. De acordo com dados do Ministério da Saúde, nos locais onde existem Centros de Apoio Psicossocial (CAPS), uma iniciativa do SUS, o risco de suicídio reduz em até 14%.

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