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Cotidiano

Morte de crianças por acidente cai 10% no Brasil

Números são relativos aos anos de 2014 e 2015; essa é a maior queda desde 2001, segundo organização Criança Segura

Publicado em 19/07/2017 às 10:00

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As internações de crianças e adolescentes dessa faixa etária caíram 1,94% de 2015 para 2016 / Divulgação

O número de mortes de crianças e adolescentes até 14 anos em decorrência de acidentes caiu 10% no Brasil. O índice compara os números de 2014, quando ocorreram 4.319 óbitos desse tipo, e 2015, que registrou 3.885 mortes. Segundo a organização Criança Segura essa é a maior queda registrada nesse indicador desde 2001. Nos últimos 16 anos, o número de morbidade acidental nessa faixa etária caiu 37,24%.

“Para a Criança Segura, esses dados demonstram a importância e eficácia do trabalho que realizamos. Mas, apesar da grande redução, sabemos que ainda há muito por fazer, pois 90% dos acidentes podem ser evitados com medidas simples de prevenção”, comenta Gabriela Guida de Freitas, coordenadora nacional da Criança Segura. As internações de crianças e adolescentes dessa faixa etária caíram 1,94% de 2015 para 2016, saindo de 119.904 casos para 117.577.

Entre os acidentes fatais, os tipos que apresentaram maior queda nos óbitos, em números absolutos, foram os acidentes de trânsito, que passaram de 1.654 mortes em 2014 para 1.389 em 2015 (redução de 16,02%), e os afogamentos, que caíram de 1.045 casos para 943 nesse período (queda de 9,76%).

Percentualmente, as maiores reduções foram dos casos de intoxicação e envenenamento (diminuição de 31,18%, passando de 93 casos para 64) e queimaduras (redução de 17,54%, saindo de 268 óbitos para 64).

O único tipo de acidente que apresentou aumento no número de mortes de crianças e adolescentes de zero a 14 anos foi a sufocação, que passou de 785 casos em 2014 para 810 em 2015, crescimento de 3,18%.

Trânsito

De 2001 a 2015, o número de mortes de crianças no trânsito caiu 42%. Apenas de 2014 para 2015, esse número apresentou redução de 16,02%. Entretanto, apesar da grande diminuição, essa continua sendo a principal causa de morte acidental entre pessoas de zero a 14 anos no Brasil.

Em 2015, os acidentes de trânsito que mais vitimaram crianças dessa faixa etária foram acidentes de carro (34%); atropelamentos (30%); moto (10%); bicicleta (6%) e outros (20%). Em 2014, os números para essas modalidades de acidentes eram de, respectivamente, 34%; 29%; 11%; 6% e 20%.

A maior parte das vítimas desse tipo de acidente foi crianças com idade entre 10 e 14 anos. Somente nessa faixa etária foi 588 mortes, o que representa 42,33% do total de óbitos de crianças e adolescentes registrados no trânsito.

A faixa etária de menores de um ano foi a única, dentre todas as idades, que apresentou aumento no número de óbitos.  

Foram registrados 5% a mais de mortes no trânsito de um ano para outro, sendo que o maior crescimento foi o de mortes de crianças que eram passageiras de veículos, número 11% superior ao mesmo dado em 2014. “Esse aumento pode estar relacionado ao não uso ou uso incorreto do bebê conforto, que é o dispositivo de retenção recomendado até um ano de idade”, alerta ­Gabriela Guida de ­Freitas.

Afogamento

Os afogamentos continuam sendo a principal causa de morte acidental de crianças de um a quatro anos no Brasil e a segunda principal de cinco a 14 anos, apesar da redução registrada de 9,76% no número de mortes até 14 anos de idade de 2014 para 2015.

Os afogamentos em águas naturais foram os principais responsáveis pelas mortes de crianças. Em 2015, 411 meninos e meninas de zero a 14 anos perderam suas vidas nesses locais, o que representa 43,58% de todas as mortes por afogamento de crianças dessa faixa etária.

As faixas etárias que mais perderam suas vidas em afogamentos foram a de um a quatro anos (354 casos) e de 10 a 14 anos (362 casos), o que representa, respectivamente, 37,53% e 38,38% do total de óbitos infantis registrados por afogamento em 2015.

Sufocação

A sufocação foi a única modalidade de acidente que apresentou aumento do número de mortes de crianças de zero a 14 anos no país, subindo 3% de 2014 para 2015.

Entre os tipos de sufocações que podem acontecer na infância, as mais fatais foram por inalação de conteúdo gástrico (244 casos), obstrução de vias áreas por ingestão de alimentos (176 óbitos) e os não especificados (252 registros), que representaram, respectivamente, 30,12%; 21,72% e 31,11% do total de mortes por sufocação de crianças em 2015.

De 2014 para 2015, somente os casos de morte por inalação de conteúdo gástrico aumentaram 12%. Comparando os dados de 2000 a 2015, apesar de serem menos representativas, as mortes por sufocação ou estrangulamento na cama foram as que mais cresceram: 176%, passando de 21 para 58.

A faixa etária de até um ano é a que mais registrou casos de óbitos por sufocação. Foram 611 casos, o que representa 75,43% de todas as mortes registradas desse acidente em 2015 com crianças de zero a 14 anos. Entretanto, de 2015 a 2014, a faixa etária que apresentou maior aumento de mortes por sufocação foi a de um a quatro anos, com crescimento de 13 casos em um ano.

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