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Cotidiano

Mais duas mortes são atribuídas à fumaça tóxica, em Guarujá

Vítimas moravam no Pae Cará; Localfrio é multada em R$ 10 milhões por emitir poluentes no ar

Da Reportagem

Publicado em 23/01/2016 às 10:05

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Vazamento e incêndio na Localfrio, no dia 14, levou mais de 250 pessoas às unidades de saúde de Santos, São Vicente e Cubatão / Leitor DL

A fumaça tóxica causada pelo incêndio na Localfrio pode ter causado a morte de mais duas moradoras do Pae Cará, em Vicente de Carvalho. Ambas deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento Médico (UPA) São João relatando sintomas como falta de ar e vômito. Elas morreram na noite da última quinta-feira, dia 21. Boletins de ocorrência sobre morte suspeita foram registrados pelas duas famílias.

Brasilina Oliveira dos Santos sofria de pressão alta e era portadora de diabetes. Segundo familiares, apesar do atestado de óbito apontar como causa da morte um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e insuficiência congestiva, o médico que havia atendido a idosa chegou a informar à família que seu quadro poderia estar relacionado à inalação de gases tóxicos.

Nadir Santos Luz, de 52 anos, deu entrada na UPA São João na última quarta-feira, com os mesmos sintomas de Brasilina. Nadir era portadora de lúpus e diabetes. Também de acordo com familiares, como já tinha uma saúde debilitada, os médicos da unidade acreditam que seu quadro também possa ter sido agravado em decorrência da inalação da fumaça tóxica, o que culminou com o óbito. O atestado de óbito apontou para insuficiência respiratória aguda e infarto no miocárdio.

A Prefeitura confirmou as mortes, mas afirmou que “de acordo com o que foi apurado, as duas mortes em questão não tiveram ligação com inalação da fumaça tóxica. A paciente Nadir Santos Luz faleceu de insuficiência cardíaca e a senhora Brasilina Oliveira dos Santos morreu devido um acidente vascular cerebral hemorrágico”.

Em nota encaminhada à Reportagem do DL, a Prefeitura de Guarujá informou que a Secretaria de Saúde estabeleceu, por meio das diretorias de Atenção Básica e Urgência e Emergência, a classificação de risco e protocolo de atendimento para o grupo de pessoas que tiveram contato com a fumaça provocada pelo incêndio na Localfrio.

As medidas são voltadas à população que integra determinado grupo de risco: crianças, gestantes, idosos, pessoas com doenças crônicas (asma ou bronquite) ou doença pulmonar obstrutiva cardíaca, pneumonia, enfisema pulmonar, além de todos os moradores de Vicente de Carvalho que tiveram contato com a fumaça.

Segundo o comunicado, no momento, não há nenhum caso de internação confirmado em decorrência de inalação da fumaça. Mesmo assim, cada um dos pacientes com suspeitas está sendo investigado e monitorado pela Secretaria de Saúde.

A emissão dos gases tóxicos também resultou na morte de uma idosa, na última segundafeira, dia 18, e fez com que mais de 250 pessoas procurassem atendimento médico por conta do vazamento em três cidades da Região atingidas pela fumaça tóxica – Guarujá, Santos e Cubatão.

 

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