24 de Abril de 2024 • 09:30
A surpreendente notícia de que a Prefeitura de Santos abandonará a edição do Diário Oficial do município sob o formato de papel é um revés à socialização da informação.
Sob o pálido argumento de que isso contribuirá para a redução do gasto público, a municipalidade isola uma fatia importante da população que hoje tem no documento o único acesso aos atos oficiais da cidade.
Com uma redução de tiragem que já o acompanha há anos – o DL já denunciou o Diário Oficial de Santos como o mais caro do mundo, o que rendeu na redução de seu custo unitário por página –, vem das bancas a indicação de que o número atual de exemplares é insuficiente e para aquelas pessoas de menor poder aquisitivo (principal público do documento) a medida da prefeitura frustrará a oportunidade de leitura.
Mais que isso, em um país onde o acesso à internet ainda é insignificante, e na cidade, onde a distribuição do acesso digital não é gratuita, a elitização do Diário Oficial será a marca gravada pela Administração Municipal, e não se diga aqui que a instalação de totens para a leitura representará a “mudança de página” para a aceitação desse novo formato – imagina-se a fila de leitores, aguardando a sua vez para debruçar-se à tela, sem contar os investimentos na aquisição dos equipamentos, instalação e manutenção necessários, além das necessárias atualizações de software e hardware.
Verdade que ainda precisa ser explicitada à população, alguns atos oficiais do município precisam necessariamente ser publicados em jornal impresso, o que resultará em gastos da municipalidade na sua edição em jornais comerciais.
Não menos importante, a medida embaraça o acesso à informação pública e é um desprezo à transparência que o Poder Público deve empregar na condução de suas atividades.
O Diário do Litoral não é contrário à evolução dos meios de comunicação e/ou aplicação de novas plataformas que complementem o acesso à informação, a oposição e opinião aqui registradas dão conta do fato de que a retirada do Diário Oficial das Bancas é uma verdadeira inversão do aspecto primordial da livre e irrestrita democratização do conhecimento daquilo que acontece no município.
Variedades
Evento traz 200 obras assinadas por artistas de 40 países
São Vicente
Sistema Detecta integra dados de pessoas com histórico de infrações em outras cidades