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Cotidiano

Cursos de teatro ampliam o conhecimento de alunos

Além de interpretar, os alunos aprendem a estudar o universo do que será apresentado e entender melhor seu papel na sociedade de forma individual e coletivamente

Da Reportagem

Publicado em 13/11/2017 às 11:16

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Os cursos de teatro estão ampliando o conhecimento de seus alunos / Divulgação

Por Caroline Souza

Mais do que atividade extra-curricular, o teatro pode ser uma ferramenta pedagógica na vida de crianças e adolescentes que ainda cursam os ensinos Fundamental e Médio. Isso porque, além de interpretar, os alunos aprendem a estudar o universo do que será apresentado e entender melhor seu papel na sociedade de forma individual e coletivamente.

Deia Oliveira começou no teatro ainda criança quando estudava no colégio do Carmo, em Santos, e a disciplina fazia parte da grade curricular obrigatória. A ‘obrigação’ do colégio virou profissão e, anos mais tarde, a atriz voltou aonde tudo começou para ensinar crianças e adolescentes. Hoje, Deia é professora do Curso Livre de Teatro da escola, que não é mais obrigatório, mas ainda atrai muitos estudantes, e criou a Companhia Teatral Pé no Palco.

“As aulas ampliam o conhecimento que eles aprendem nas disciplinas tradicionais da escola. Os alunos conhecem a história do livro que vamos encenar, entendem e interpretam o que o autor quis com aquilo e precisam se colocar no lugar de outros personagens, por isso tem uma função pedagógica”, explica.

A professora conta que em 2014 encenaram o espetáculo ‘64’’ e o golpe militar estava completando 50 anos. De acordo com Deia, os alunos estudavam, através da peça, o contexto histórico e social da época. Em casa, assistiam reportagens na TV falando sobre o golpe e conseguiam entender melhor o assunto.

O estudante Natan Vizioli, de 17 anos, faz parte do grupo há cinco anos e acredita que as aulas o ajudam a se expressar melhor. “Às vezes a gente sabe o que quer, mas não sabe como falar isso. Com o teatro, eu aprendi a me expressar”, comenta.

O horário das aulas não permite que a professora passe muito tempo trabalhando individualmente cada aluno do grupo. Mesmo assim, percebe que o pouco que faz já ajuda os alunos de alguma forma. Exemplo disso é a aluna Flávia Lanzara, de 13 anos. Em um ano, desde que entrou para o grupo, consegue perceber as mudanças em sua vida pessoal e acadêmica.

“Eu era muito tímida e por conta disso falava bem baixo. Agora, estou vencendo a timidez e conseguindo falar melhor”, explica. Com as aulas, a estudante também acha mais fácil entender e interpretar os textos das outras disciplinas escolares.

Este ano, a série televisiva ‘Os 13 porquês’, derivada do livro com o mesmo nome, acendeu os debates sobre bullying e suicídio na adolescência. Em 2010, quando o serviço de streaming responsável pela série ainda nem existia, Deia leu o livro e decidiu criar uma peça inspirada nele.

Além do dois espetáculos já citados, nos dez anos de existência a Companhia Teatral Pé no Palco, já apresentou as peças ‘Vida de criança’ (2008), ‘Sonho de uma noite de verão’ (2009), ‘Noviça Rebelde’ (2011), ‘A eterna história de amor de Romeu e Julieta’ (2012), ‘O Círculo de Giz Caucasiano’ (2013), ‘Anne’ (2015), ‘Pequeno Príncipe’ (2016) e ‘Tragédias Nossas de Cada Dia’ (2017).

Assim como a professora, que se apaixonou pelo teatro nas aulas, Sophia Leslie, de 12 anos, também acredita ter encontrado sua carreira através dos espetáculos do grupo. “Eu me identifiquei muito, agora faço parte da Oficina de Atores, em São Paulo, e pretendo seguir carreira”. Apesar da pouca idade, Sophia fala com convicção.

Em São Paulo, a jovem atriz está em cartaz, mas não abandonou o curso na escola. “O teatro da escola é bem diferente do de São Paulo. Lá, eu interpreto com adultos e tudo acaba sendo diferente, mas eu me encontro nos dois”, finaliza.

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