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Cotidiano

Colapso da saúde é o principal desafio de Ademário Oliveira

CUBATÃO. Prefeito pretende transferir o gabinete para o hospital com o objetivo de agilizar a reabertura

Rafaella Martinez

Publicado em 03/01/2017 às 09:30

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Com 150 leitos e mais de 15 mil metros de área construída, equipamento está com problemas desde 2016 / Rodrigo Montaldi/DL

Com capacidade operacional de 150 leitos, o Hospital Municipal de Cubatão começou 2017 com apenas quatro deles ocupados, sendo todos por pacientes sociais, ou seja: pessoas com quadros clínicos já estabilizados, mas que não têm para onde ir. Desde meados do segundo semestre de 2016 o equipamento, que possui mais de 15 mil metros de área construída, está fechado para novas internações e sucumbe por problemas financeiros e dificuldades em pagar os profissionais.

Devolver o hospital para os cubatenses é umas das principais metas – e desafio – do prefeito Ademário (PSDB). Durante cerimônia de posse, o tucano afirmou que instalaria já a partir desta segunda-feira (2) seu gabinete junto com os seus secretários no interior do equipamento, com o objetivo de agilizar a reabertura.

A promessa não foi cumprida na prática: em visita ao local na manhã de ontem, a Reportagem foi informada de que o gestor esteve de passagem na unidade, mas ainda não havia fixado o gabinete no local.

De acordo com a moradora Jaciara Rodrigues de Sena, a expectativa para que a novo prefeito mude o cenário é grande. Moradora da Vila Esperança, ela esteve com o filho – que está com suspeita de caxumba – no hospital na manhã de ontem e precisou se deslocar até a UPA do Parque São Luiz, localizada a cerca de 6 km de distância.

“A gente tem esperança de que ele consiga resolver o nosso problema. Antes quem passava por aqui via tudo cheio e muitas pessoas entrando e saindo. Não que fosse algo bom, mas era sinal de que a cidade tinha um hospital grande e que conseguia atender a todos. Agora quem não tem convênio ou morre em casa precisando de ajuda ou corre para a UPA, como eu”, afirma.

Funcionários do Hospital Municipal que preferiram não se identificar também esperam que os problemas sejam solucionados em breve. “A gente trabalha por escala porque não tem como pagar a alimentação e o transporte para todos. Na maioria das vezes recebemos atrasado. Tem setor que não aparece ninguém para trabalhar há mais de dois meses. O prefeito veio aqui, já separou um lugar perto do ambulatório para instalar o gabinete. Temos esperança de que a presença e o trabalho dele mude de verdade a situação”, desabafa a profissional.

Aumento na demanda prejudica atendimentos na UPA do Parque São Luiz

Classificada no Ministério da Saúde como Unidade de Pronto Atendimento de porte 1 (com capacidade de atendimento médio de 150 pacientes por dia), a UPA do Parque São Luiz, em Cubatão, está atendendo desde setembro uma média de mais de 400. A situação tem impacto direto em todas as atividades desenvolvidas pela unidade, como o fornecimento de medicamentos e o consumo de oxigênio por pacientes.

De acordo com o administrador da unidade, Adilson Affonso da Rocha, o equipamento que tem como objetivo receber, estabelecer e referenciar pacientes está servindo como hospital para todos os moradores de Cubatão.

“Vimos a nossa capacidade de atendimento dobrar e os procedimentos triplicarem desde setembro. Quando a média é de até 7.500 atendimentos por mês e fechamos novembro com 10.944, percebemos que estamos descaracterizando a unidade e isso compromete todos os setores: dos profissionais de saúde até o pessoal do recursos humanos. Já precisamos esvaziar a sala de soro para colocar macas e já tivemos pacientes internados por 21 dias em uma unidade que é de pronto atendimento. A situação está insustentável”, afirma.

De acordo com ele, alguns ofícios já foram protocolados no Ministério Público e na Secretaria de Saúde do Estado pedindo auxílio. “Mas precisamos que o gestor também tenha bons olhos para a situação. Estamos em diálogo constante com o prefeito eleito e esperamos que ele consiga nos ajudar a solucionar a questão”, finaliza.

 

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