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Cotidiano

Centrais sindicais prometem parar a Baixada Santista hoje

Sindicalistas de nove centrais sindicais da Baixada Santista prometem parar estradas, transportes, bancos, coleta de lixo, indústrias de Cubatão e o Porto de Santos

Francisco Aloise

Publicado em 28/04/2017 às 06:00

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Hoje é o dia decisivo para sindicatos mostrarem sua força / Matheus Tagé/DL

Hoje é o dia decisivo para sindicatos mostrarem sua força para tentar reverter as reformas trabalhista  e previdenciária que estão tramitando no Congresso Nacional. Após mais de dois meses divulgando a data de 28 de abril para a greve geral em quase todo País, finalmente chegou o momento das centrais sindicais colocarem em prática seus esquemas de paralisação.

Mesmo diante de recentes decisões da justiça que restringem as greves no setor de transporte, a paralisação está mantida e os ônibus não deverão circular em Santos e Região. A definição de mudança de estratégia para esse setor foi definido ontem, em reunião no Sindaport, que envolveu sindicalistas da Força Sindical, a maior central da Baixada Santista, que abriga mais de 40 sindicatos filiados.  

A greve vai afetar diversos setores com paralisações do porto, bancos, comércio, coleta de lixo, escolas, creches, indústrias. Trabalhadores terão dificuldades em chegar aos seus locais de trabalho, pois a greve no setor de transporte será total, conforme previsão dos organizadores da greve, que envolverá todas as centrais sindicais e mais movimentos sociais da região.

Sindicalistas pretendem fechar estradas, parar o comércio, os bancos, coleta de lixo, mas a força da greve está mesmo na paralisação do transporte coletivo, cujos motoristas decidiram aderir à greve “para dar um basta ao Governo e tentar brecar as reformas em andamento no Congresso Nacional”, disse Valdir de Souza Pestana, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Coletivos de Santos e Região.

Diante das decisões judiciais de que o sindicato deve manter a frota de 70% de ônibus circulando, principalmente as linhas que passam em frente a hospitais e escolas, ninguém no sindicato quis se manifestar, mas as informações davam conta de que o ­presidente da entidade não havia sido notificado e se isso ocorresse, o departamento jurídico iria tentar reverter a situação­.

Hospitais

Paulo Pimentel, presidente do Sintrasaúde, o mais antigo sindicalista da Baixada Santista e também diretor da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), que abriga 12 sindicatos filiados, diz que seu setor vai parar parcialmente, uma vez que hospitais não podem paralisar atendimentos de urgências, emergências e nem o tratamento de seus pacientes.

Ele pede às diretorias de hospitais e clínicas para não punirem os trabalhadores que não comparecerem para trabalhar hoje.

“Sem o transporte coletivo e com as estradas bloqueadas, fatalmente isso vai causar atrasos e muita gente não vai conseguir chegar aos seus locais de trabalho”, explica o sindicalista.  Em relação aos hospitais, diz que o setor não pode parar o atendimento de urgências e emergências e nem parar atendimentos aos pacientes. “O justo não pode pagar pelo pecador”, conclui.    

“Nós vamos parar a Baixada Santista e ­mostrar a força do trabalhador” , diz José Maria Félix, presidente do ­Sindedif, entidade filiada à Força Sindical. Ele diz que as reformas trabalhista e previdenciária atingem diretamente os mais fracos, são um retrocesso histórico e socialmente são desastrosas para o País”.

“Nós vamos parar o porto”, diz presidente da estiva

Pedindo mais mobilização de trabalhadores em Brasília, principalmente no Senado Federal, para evitar a aprovação da Reforma Trabalhista, aprovada na quarta-feira na Câmara, o sindicalista Rodnei Oliveira da Silva, falou na manhã de ontem aos sindicalistas da Força Sindical, reunidos no Sindaport, que os estivadores vão parar e que também já programam uma greve nacional contra medidas adotadas por empresários marítimos que querem acabar de vez com o mercado de trabalho da categoria.

Sobre a greve geral ele diz: “Nós vamos, com certeza, parar o porto, mostrar nossa insatisfação e depois sair em passeata pelas ruas do Centro”.

Químicos

Enquanto organizava, na manhã de ontem, os esquemas de paralisações da greve de hoje, o sindicalista Herbert Passos Filho, diretor da Força Sindical na Baixada Santista, disse que “temos que mostrar a nossa força e nossa insatisfação contra essas reformas que vão destruir os direitos dos trabalhadores, demolir a justiça do trabalho e acabar com a CLT. A hora é agora e por isso estamos mobilizados e vamos mostrar nossa força e união pois nosso objetivo é um só: reverter esse quadro desastroso para os trabalhadores e o próprio País”.

Coleta de Lixo

Os trabalhadores na coleta de lixo de Santos também vão aderir à greve. A decisão foi tomada em assembleia da categoria. “É o momento de mostrarmos e mobilização. O Governo quer destruir o trabalhador e sua família, mas nós não vamos permitir isso e nossa arma é a greve com união e luta”, explica André Lima, presidente do Siemaco.

Bancários

Bancários vão impedir a abertura dos bancos hoje. A Intersindical Central da Classe Trabalhadora e o Sindicato dos Bancários de Santos e Região estarão à frente das paralisações, conforme informa o sindicalista Ricardo Saraivaa, Big.

“Reafirmamos que conseguir a unidade da Classe Trabalhadora não é qualquer coisa. A luta está fortalecida contra a terceirização e ataques aos direitos e leis trabalhistas”, diz Big.

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