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Cotidiano

Carinho e atenção se misturam na Genoveva Perez, em São Vicente

Associação de São Vicente dá apoio ao tratamento do câncer; atendimento psicossocial é gratuito

Publicado em 12/10/2016 às 10:30

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Pacientes e voluntárias formam uma grande família na Associação Genoveva Perez / Matheus Tagé/DL

As histórias de Laura, Regina e Maria Irene se encontraram na Associação Vicentina de Combate ao Câncer Genoveva Perez, em São Vicente. A entidade sem fins lucrativos oferece gratuitamente aos portadores de câncer atendimento psicológico e social. O serviço, que é realizado por voluntários, complementa o tratamento médico e visa manter a autoestima dos pacientes à base de atenção, respeito, amor e carinho.  

“Comecei a frequentar a Genoveva no ano passado. Precisava frequentar um psicólogo para cuidar do lado humano. Essa bolsa de colostomia (saco externo que drena o intestino) tirou o meu convívio social. A gente nunca sabe quando vai funcionar. Me deixa constrangida. Já não vou mais a festas. Quase não saio. O que mais desejo é voltar a ser uma pessoa normal”, disse Laura Carrinho, de 67 anos. A dona de casa enfrenta o terceiro câncer primário (que não precede de outros tumores), desta vez no intestino.

Há 17 anos, Laura descobriu o primeiro câncer. Se sentiu mal e foi ao médico. A princípio se tratava de uma gastrite. Em agosto de 1999, o diagnóstico foi de tumor no estômago. Precisou remover ao órgão. Teve o esôfago ligado ao intestino e chegou a ser desenganada pelos médicos. Após a cirurgia ainda enfrentou sessões de quimioterapia e radioterapia. Cinco anos depois, após apalpar os seios, sentiu algo diferente. Estava em Lisboa, Portugal, onde procurou atendimento médico. Após biópsia o resultado: câncer de mama. Uma nova cirurgia para retirada do tumor e novas sessões de radio e quimio.

“Fiz um exame porque a médica quer descobrir porque tive três cânceres primários. Não é comum. Geralmente um deriva do outro. Estou preocupada como que vai sair no exame agora. Saber qual o próximo passo do tratamento ou se tenho um próximo passo. Tenho conversado bastante com Deus. Só Deus para me dar força. Ele que me sustenta e me ampara”, afirmou Laura, que pediu à Reportagem: “Orem por mim”. Ela faz tratamento na Santa Casa de Santos.

Pulmão

Regina Fátima de Assis, de 70 anos, conheceu a Genoveva Perez no Hospital Guilherme Álvaro, onde faz tratamento de câncer de mama. Antes, tratou um câncer de pulmão. Ficou seis meses internada. Chegou a perder a esperança e o movimento do corpo, mas foi encorajada pela equipe de funcionários do hospital estadual e, hoje, com o apoio da entidade vicentina e da família segue feliz com a sua história.  

“O câncer começou no pulmão e foi para o seio. Fiquei muito inchada. Me desenganaram para a minha filha. Teve um tempo que eu não conseguia levantar da cama. Não saía de mim. Os enfermeiros disseram que não podia me entregar. Foi lá no Guilherme Álvaro que me indicaram a Genoveva Perez. Com a graça de Deus e dos irmãos de todas as religiões que oraram por mim estou aqui. Agradeço por tudo isso”, disse dona Regina, que mora com uma filha e o neto. Ela fez uma cirurgia para retirar o tumor da mama e sessões de quimioterapia. Atualmente faz uso de medicamentos variados via oral para combater a doença.

Apoio

Foi em um autoexame da mama, há um ano, que Maria Irene da Silva, de 58 anos, sentiu algo anormal. Procurou o médico e, após a realização de mamografia, descobriu que o nódulo se tratava de um câncer. Em abril realizou cirurgia para retirada do tumor e, desde então, tem enfrentado sessões de quimioterapia que devem seguir ainda por mais seis ­meses.

“Os primeiros dia de quimioterapia acabam com a gente. A gente não sente gosto de nada. Mas tenho um grande parceiro e uma filha que me apoiam e me dão forças. Ele sempre me acompanha em tudo. Eu tenho uma meta que é não morrer. Vou seguir firme e forte”, disse Maria Irene. Assim como Regina ela também conheceu a Genoveva Perez por meio do Hospital Guilherme Álvaro, onde faz o tratamento contra a doença.

É comum que os maridos e companheiros se afastem da mulher quando esta descobre a doença. Mas, no caso de Maria Irene é o seu parceiro, com quem convive há 40 anos, o seu maior apoiador. Foi ele que a abraçou no momento em que tiveram a notícia do câncer, que foi recebida entre lágrimas e sorrisos. Ele a acompanha nas consultas tanto no hospital como na Genoveva Perez.

“Tem que conviver com isso dia a dia. Disse a ela que era normal, que não acontecia só com ela e que não precisava chorar. Deus está em primeiro lugar e faz a diferença na vida das pessoas”, disse José Inácio da Cruz, marido de Maria Irene.

Trabalho está na força de 40 voluntárias

O Instituto Genoveva Perez foi fundado em 1998. Não conta com apoio governamental, apenas com a ajuda de aproximadamente 40 voluntárias que realizam atividades para manter os trabalhos da instituição, além de levar muito carinho aos pacientes.  A entidade oferece gratuitamente serviço psicológico e social e atividades como a ‘Tarde da Beleza’ e aplicação de Reiki.

“O objetivo é dar suporte para os pacientes para que eles possam enfrentar a doença com melhor qualidade de vida e ter autoestima elevada. Contamos com o apoio de um grupo de mulheres totalmente independente para dar atenção ao paciente. Vem quem gosta de se envolver. Cada paciente que está aqui não é mais paciente é amigo”, disse Adalma Franco, que preside a entidade. Atualmente um bazar itinerante é a única fonte de renda da instituição.

No próximo dia 21, as três mulheres entrevistadas na Reportagem participarão de um desfile de moda que será promovido na Câmara Municipal de São Vicente, a partir das 19 horas. A atividade é alusiva ao Outubro Rosa.

O Instituto Genoveva Perez fica na Rua Emílio Carlos, 125, Vila Cascatinha. Mais informações pelo telefone (13) 3468-2101.

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